O ex-deputado estadual Domingos Brazão (RJ), delatado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), negou ter relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao portal UOL, nesta quarta-feira, 24, o ex-parlamentar criticou o jornalista Tales Faria, que tentou relacioná-lo ao ex-presidente.
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Ao ser interpelado sobre uma possível ligação com o ex-presidente, pelo fato de o governo Bolsonaro ter concedido passaporte diplomático a Brazão e a seus familiares, o ex-deputado afirmou que todos os parlamentares têm esse direito.
“A família inteira dos 513 deputados federais tem direito ao passaporte”, disse. “Não é o Bolsonaro que dá, é a prerrogativa de deputado federal. Não sou próximo ao ex-presidente nem politicamente aliado a ele.”
O ex-presidente compartilhou um trecho da entrevista na sua conta do Twitter/X. Na publicação, Bolsonaro citou o Decreto 5978 de 2006, que dá aos políticos e suas famílias o direito de adquirir o passaporte diplomático.
O ex-sargento da Polícia Militar (PM) Ronnie Lessa delatou Domingos Brazão como mandante do crime que resultou na morte de Marielle.
A delação ainda precisa ser analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em razão de o delatado ter foro privilegiado, caberá ao ministro Raul Araújo decidir se aceita ou não o acordo de colaboração.
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Sempre filiado ao MDB, Brazão foi eleito deputado por cinco mandatos consecutivos. Ele estreou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 1999, depois de ir bem na eleição realizada no ano anterior.
Ele abandonou a vida parlamentar em abril de 2015, quando assumiu o cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas da União do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
Fonte: revistaoeste