O deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), decidiu ignorar a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Israel. Ao ser interpelado sobre o assunto, em entrevista à rádio Band News FM, nesta segunda-feira, 19, o parlamentar disse o seguinte: “Não sou candidato a prefeito de Tel-Aviv”.
Lula proferiu a declaração na manhã deste domingo, 18, durante coletiva de imprensa na Etiópia. Na ocasião, o petista comparou a contraofensiva israelense em Gaza ao extermínio de 6 milhões de judeus, promovido pelo nazista Adolf Hitler.
Em mais um momento de insanidade Lula compara o Governo de Israel a Hitler, quando promoveu a morte de milhões de judeus em câmaras de gás. pic.twitter.com/g8uxXKcrRW
— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) February 18, 2024
A assessoria de imprensa do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo informou que Boulos não deve comentar o assunto.
O parlamentar tem o costume de falar sobre temas que envolvem o governo Lula, principalmente na área econômica. O petista é seu principal padrinho político e fiador de sua campanha.
O deputado evita comentar a guerra em Gaza desde que suas declarações passaram a gerar desgaste político. Em outubro do ano passado, por exemplo, Boulos mudou o tom e criticou o grupo terrorista Hamas. Em seguida, também condenou a retaliação do governo de Israel.
Os principais adversários de Boulos na disputa pela comentaram o assunto e repudiaram as declarações de Lula.
O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a comparação de Lula é “intolerável e irresponsável”. Já a deputada federal Tabata Amaral (PSB) disse que “lamenta profundamente” o discurso do presidente.
Na Etiópia, Lula voltou a chamar de “genocídio” a ação de Israel na Faixa de Gaza. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico”, disse. “Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus.”
A declaração ocorreu em resposta à decisão de países ocidentais de cortar verbas para a agência de refugiados palestinos das Nações Unidas (UNRWA), acusada por Israel de envolvimento nos atos terroristas de 7 de outubro.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou que vai repreender o embaixador brasileiro em Tel-Aviv, depois das declarações de Lula.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves”, escreveu Katz, no Twitter/X. “Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de repreensão amanhã.”
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também comentou as declarações do presidente brasileiro. Em pronunciamento, o premiê disse que Lula “cruzou uma linha vermelha” e que “banalizou” o Holocausto.
Fonte: revistaoeste
