Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União), defendeu cautela ao comentar sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal contra desembargadores e advogados investigados em um esquema de venda de sentença no Judiciário mato-grossense. Os acusados tiveram bloqueio de bens e terão que usar tornozeleira eletrônica.
Em entrevista à imprensa, Botelho reconheceu que as investigações causam um grande desgaste aos envolvimentos, mas defendeu a necessidade de aguardar a conclusão do inquérito policial antes de qualquer “julgamento”.
“Evidentemente toda operação realizada contra os poderes e agentes públicos são negativas. Agora, vamos aguardar. Como o ministro Gilmar Mendes disse aqui: ‘nem tudo que se diz é verdade’. Vamos aguardar as investigações para fazermos um juízo verdadeiro”, disse na quarta-feira (27).
A Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (26), mirou os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, suspeitos de envolvimento no esquema de venda de sentenças que operava tanto no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os magistrados já estavam afastados de suas funções desde agosto por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O esquema foi descoberto após apuração no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 em Cuiabá.
Conforme noticiou o , além dos desembargadores, também foram alvos os advogados Mauro Thadeu Prado de Moraes (filho do desembargador Sebastião) e Flaviano Taques. O único preso foi o empresário Andreson Oliveira Gonçalves, acusado de intermediar o esquema de venda de sentenças.
Os investigados que não foram presos estão submetidos ao uso da tornozeleira eletrônica.
Fonte: gazetadigital