O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União), disse que já conta com 14 votos para uma eventual disputa à presidência da mesa Diretora para o biênio 2023-2024. Apesar desse apoio, ele se mostrou cauteloso e disse que vai fazer uma consulta junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para saber se poderá concorrer novamente, já que está em seu terceiro mandato como presidente.
“Estamos discutindo, começamos a conversar, mas não houve composição nenhuma, não houve nada ainda sobre isso ainda. Eu recebi o apoio de mais de 14 deputados, agora se estende a questão legal se eu posso ou não. Ainda vamos fazer uma consulta ao Supremo para ver se pode, a princípio parece que não. Então, tem uma questão que está sendo discutida, mas com muita tranquilidade”, disse Botelho, em entrevista a jornalistas nessa quinta-feira (20).
Botelho disse ainda que não irá permitir que a disputa pela Mesa Diretora vire uma “guerra” dentro do parlamento. Tanto ele, que é o atual presidente, como o deputado Max Russi (PSB), atual primeiro-secretário, já estariam se articulando para repetir a dobradinha.
“Eu não vou permitir que haja briga aqui dentro. Espero que a chapa seja fechada sem guerra aqui dentro, sem precisar levar ninguém pra pousada”, afirmou o presidente.
Botelho foi eleito no dia 10 de junho de 2020 para o biênio 2021/2022 junto com os demais membros da Mesa Diretora e tomou posse no dia 1º de fevereiro de 2021. No dia 22 de fevereiro do mesmo ano, ele foi afastado da presidência pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que atendeu a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo partido Rede Sustentabilidade e pelo procurador-geral da República, que alegavam que a recondução de Botelho ao cargo pela terceira vez seria inconstitucional. Moraes, então, determinou novas eleições e Max Russi foi eleito, ficando um ano na presidência. Em fevereiro deste ano, o próprio ministro revogou sua decisão reconduzindo novamente Botelho ao cargo.
Questionado se em caso de impedimento legal não possa concorrer ele viria a apoiar Max Russi para a presidência, Eduardo Botelho disse que primeiro vai aguardar a resposta do Supremo.
“Não sei ainda, nós estamos consultando primeiro, estamos conversando primeiro. Pode ser que sim, pode ser que não. Fizemos a consulta e vamos aguardar. Estamos muito tranquilos, chamei a deputada Janaína, vamos conversar. Estamos bem alinhados, inclusive o Max deixou na minha mão: você pode conduzir aí do jeito que entender, estamos conduzindo com a maior tranquilidade”, garantiu Botelho, a respeito do processo da eleição da Nova Mesa Diretora.
Os membros da nova Mesa serão eleitos para o biênio 2023-2024 no dia 1º de fevereiro do próximo ano, quando começa a nova legislatura.
A deputada Janaína Riva já disse que não pretende disputar a eleição da Mesa. Atual vice-presidente, ela declarou a imprensa que houve uma pequena renovação no parlamento, reconhecendo que não teria o apoio (votos) necessário. Dos 24 deputados, 18 se reelegeram, o que significa que apenas seis novos deputados foram eleitos, um percentual de 25%.
Em entrevista nesta semana, Janaína, reeleita com mais de 82 mil votos, disse que prefere “guardar energias” para disputar a Mesa para o segundo biênio (2025-2026) da próxima legislatura. A deputada admitiu que não teria chances e que seria uma disputa ‘muito inglória” porque Botelho e Maxi Russi já estão disputando internamente a presidência.
“Venho discutindo isso junto aos deputados. E eu não vejo a oportunidade para compor diferente”, pontuou. “Temos uma PEC na Assembleia que diz que quem for agora presidente e secretário não poderá ser no próximo biênio. Então, eu prefiro guardar energia e pensar no próximo biênio, uma vez que eu já não sou mais candidata à deputada estadual. Eu não vou entrar nessa disputa que já tem dois concorrentes. Vou aguardar para a próxima disputa com os dois agora”, acrescentou Janaína Riva.