Jair Bolsonaro esclareceu, nesta segunda-feira, 25, sua ida à Embaixada da Hungria no Brasil, em 12 de fevereiro, quatro dias depois de a confiscar o passaporte do ex-presidente, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
No dia em que o documento ficou com a Justiça, dois aliados de Bolsonaro foram presos pela PF.
Conforme nota divulgada pela defesa, Bolsonaro ficou dois dias no local “para manter contatos com autoridades do país amigo”. “Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”, diz trecho do documento. “Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações.”
O New York Times (NYT) publicou hoje imagens de Bolsonaro na representação diplomática. O jornal teve acesso a registros de câmeras as quais mostram o ex-presidente chegando ao local acompanhado de seguranças.
Jair Bolsonar, Brazil’s former president, spent two nights at the Hungarian Embassy in an apparent bid for asylum, security-camera footage obtained by The New York Times shows. https://t.co/4PvKWXEMH1
— The New York Times (@nytimes) March 25, 2024
Ainda de acordo com NYT, a estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando se valer de sua amizade com o primeiro-ministro Viktor Orban em uma possível tentativa de escapar da Justiça enquanto enfrenta investigações criminais. Em uma embaixada, ele não poderia ser preso.
O posicionamento de Bolsonaro também rebateu a interpretação do jornal: “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”.
Fonte: revistaoeste