O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados pela por suposta tentativa de golpe têm depoimento marcado para esta quinta-feira, 22. As oitivas estão programadas para começar às 14h30.
Essa convocação faz parte das investigações da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF em 8 de fevereiro, contra o ex-presidente e aliados, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
No total, serão ouvidas 23 pessoas em oito unidades da federação: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. A estratégia da PF é realizar todos os depoimentos simultaneamente para evitar a combinação de versões entre os investigados.
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército)
- Mário Fernandes (ex-ministro substituto da secretaria-Geral da Presidência)
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro)
- Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha)
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército)
- Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro)
- Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército)
- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior.
- Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército)
- Rio de Janeiro: Hélio Ferreira Lima, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Ailton Gonçalves Moraes de Barros e Rafael Martins Oliveira;
- São Paulo: Amauri Feres Saad e José Eduardo de Oliveira;
- Paraná: Filipe Garcia Martins;
- Minas Gerais: Éder Balbino;
- Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
- Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
- Ceará: Estevam Theophilo (esse depoimento é o único marcado para sexta-feira).
Conforme a defesa do ex-presidente, ele deverá permanecer em silêncio durante o depoimento. Nos últimos dias, os advogados solicitaram acesso aos autos da investigação, que foi liberado por Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
+
A defesa também requisitou acesso aos arquivos de mídia apreendidos nos celulares de outros investigados e à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, porém, Moraes não autorizou. Diante disso, a defesa informou ao Supremo que Bolsonaro permanecerá em silêncio.
A Polícia Federal afirma que o advogado Amauri Saad e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins teriam apresentado uma “minuta de decreto” a Bolsonaro, que teria solicitado alterações no texto antes de encaminhá-lo às Forças Armadas. O documento teria sido montado entre novembro e dezembro de 2022 e serviria para manter Bolsonaro no poder.
No relatório da PF ao STF, a suposta minuta de decreto estabelecia a prisão de “diversas autoridades”, como o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF, corporação subordinada ao Ministério da Justiça, também cita a gravação, encontrada no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, de uma reunião entre Bolsonaro e ministros nos qual o suposto “golpe” estaria sendo tramado.
A defesa do ex-presidente afirma, no entanto, que ele nunca cogitou a possibilidade de um golpe de estado.
Fonte: revistaoeste