O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva errou ao acusá-lo de extraviar os móveis do Palácio da Alvorada, no fim de 2022.
“Todos os móveis estavam no Alvorada”, explicou Bolsonaro, no Twitter/X. “Lula incorreu em falsa comunicação de furto.”
A disputa começou durante a transição de governo, no início de 2023. Lula e a primeira-dama, Janja, reclamaram que alguns móveis do Alvorada teriam sumido durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Todavia, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Presidência da República encontrou todos os 261 bens.
Sobre o engano do chefe do Executivo, a (Secom) disse que a busca revelou descaso com a manutenção do patrimônio.
Já no início do governo Lula, em 2023, a Presidência da República fez uma nova conferência e apontou para uma diminuição dos móveis desaparecidos: de 261 para 83 bens.
“Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo”, ressaltou o petista. “Então, a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é um patrimônio público.”
Somente em setembro, o relatório final constatou que nenhum móvel ou bem do patrimônio do Palácio da Alvorada havia sido “levado”, conforme acusou Lula.
O “sumiço” dos objetos justificou a compra de cerca de R$ 200 mil em mobília de luxo pelo governo Lula. Sem licitação, a Presidência adquiriu os móveis de uma loja de um shopping de design e decoração em Brasília. Os bens foram uma cama, dois sofás e duas poltronas. Em outra loja, o governo comprou um colchão king size.
Os gastos mais altos foram com o sofá com mecanismo elétrico (reclinável para a cabeça e os pés), que custou R$ 65,1 mil. Além dele, uma cama de R$ 42,3 mil.
Na época, a Presidência emitiu uma nota para justificar a despesa. “A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens”, explicou o governo.
Depois de encontrarem os móveis, o governo afirmou que os novos bens passaram a integrar o patrimônio da União.
Para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o caso do sumiço dos móveis era uma “cortina de fumaça”. “Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira”, sustentou. “Serviu para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis novos por puro capricho.”
Fonte: revistaoeste