“Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalmente terminou de nomear seu imenso primeiro escalão do governo, o brasileiro percebeu que o país poderia retroceder 20 anos em sua história”, escreveu Silvio Navarro, em reportagem publicada na Edição 157 da Revista Oeste. “Um ministro, contudo, parece mais empenhado na tarefa do que os demais: Márcio França, cota do PSB, colocado na pasta de Portos e Aeroportos.”
Navarro mostra que, em menos de três meses, França já ameaçou desfigurar o Marco do Saneamento Básico, impedir privatizações e rever as regras da navegação de cabotagem. Do seu gabinete, também partiu a ideia “genial” de imprimir 12 milhões de passagens aéreas, ao custo de R$ 200, para estudantes, funcionários públicos e aposentados.
“No caso dos bilhetes aéreos, a fala provocou mal-estar com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que não sabia do plano de voo”, observou Navarro. “Como o seu gabinete fica no andar superior ao de Lula, Rui Costa foi se queixar pessoalmente com o chefe. O presidente tratou do assunto publicamente, mas sem citar o nome de França, para não inflamar uma crise com o partido do vice, Geraldo Alckmin. Nenhum ministro, entretanto, teve dúvida de que o recado tinha endereço certeiro: era para França, cuja ideia inovadora amanhecera em todas as manchetes da imprensa. Até agora ele não disse o valor da contrapartida para as empresas aéreas que o governo terá de bancar — nem de onde vai sair esse dinheiro.”
A reportagem mostra que França fez uma série de pronunciamentos contra a privatização do Porto de Santos, no litoral paulista, às vésperas do embarque da comitiva brasileira para a China. O país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil e o destino de US$ 90 bilhões em exportações no último ano. “Catorze Estados têm a China como principal destino do desembarque de mercadorias, sobretudo contêineres de grãos, carne e celulose”, lembra Navarro. “Outros 12 importam dos chineses grande volume de eletrônicos, acessórios e peças para a indústria de transformação. A porta de entrada e de saída é justamente o Porto de Santos. A China foi surpreendida com a insistência do ministro em ‘atravessar’ o processo de privatização.”
O assinante pode ler a reportagem completa ao clicar neste link.
Fonte: revistaoeste