Líderes do movimento antidemocrático que ocorre em torno da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, localizada na Avenida do CPA, em Cuiabá, pedem doações dos manifestantes para manter a estrutura do local. Os militantes pedem a intervenção das forças armadas por não aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Os atos acontecem em frente à unidade militar desde o dia 30 de outubro. Os manifestantes afirmam que houve fraudes nas urnas e contestam a vitória do petista. Apesar da reclamação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante a isonomia do processo eleitoral e assevera a lisura da vitória do ex-presidente.
Intitulada como “resistência civil da nação brasileira e internacional”, a manifestação, que chegou nesta segunda-feira (28) ao 29º dia, angaria diversos defensores do atual governo federal. Grande parte dos manifestantes utilizam camisas da seleção brasileira de futebol, bandeiras do Brasil e se classificam como “patriota”.
Seguindo orientação da militância de Brasília, os manifestantes se acampam, literalmente, em torno do quartel. Muitos deles utilizam cadeiras e barracas para tentar chamar atenção da suprema corte eleitoral para anular as eleições presidenciais. Apesar da tentativa, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, não tem demonstrado que atenderá ao pedido. Inclusive, a diplomação de Lula já foi marcada para o dia 15 de dezembro.
Para tentar manter os bolsonaristas em “vigília”, os organizadores obtiveram recursos para bancar toda a estrutura no local. Nas redes sociais, é possível ver um banquete em plena Avenida do CPA, com churrasco, almoço, janta e água. Para usufruir da fartura não é necessário dinheiro e muito menos inscrição: é só chegar e pegar junto aos voluntários.
Ao perceber todo o suporte do local, que conta com trio elétrico e tendas, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 43 contas bancárias de empresas e pessoas físicas suspeitas de financiar atos antidemocráticos, como os bloqueios nas estradas durante as eleições.
Segundo o ministro, os direitos de greve e reunião são relativos, não podendo ser exercidos, em uma sociedade democrática, de forma abusiva e atentatória à promoção dos direitos e liberdades dos demais.
Após o bloqueio das contas, a parte financeira mostra perda da força. Isso porque, em um grupo de WhatsApp do movimento, uma das organizadoras pede doações para poder manter a estrutura.
Um print que a reportagem recebeu mostra uma mensagem de um dos organizadores pedindo pix aos integrantes. Na imagem, o autor do texto justifica o motivo da solicitação do recurso financeiro e os dados cadastrais do recebedor.
Para tentar chamar atenção dos integrantes do grupo e angariar o máximo de recurso, um dos administradores bloqueou o envio de mensagem. Por um tempo, só os responsáveis pelo grupo podiam mandar mensagem.
“Atenção, pessoal. Paramos as postagens do grupo apenas para fazermos um apelo para vocês de contribuição para nossa 13 Brigada! Deixaremos assim por um tempo, para que todos consigam ver e contribuir com qualquer quantia e depois liberaremos o grupo, ok? Assim vcs (sic) ficam sabendo que é confiável e não é rolo. Precisamos manter as tendas de lá!”, diz trecho da mensagem.
Apesar da promessa de transparência, a administradora do grupo não enviou o valor que já havia recebido e nem os comprovantes de que o possível recurso foi utilizado.
Fonte: esportesenoticias