A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou o Twitter/X nesta quinta-feira, 22, e mandou a rede social remover uma postagem do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) que associa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Hamas e ao nazismo.
A mensagem, de acordo com o jornal O Globo, altera a foto oficial do presidente para mostrá-lo com roupa militar e segura um fuzil, além de uma bandana do grupo terrorista e uma braçadeira com a suástica. “Lula já mandou trocar a sua foto de presidente em todos os ministérios e estatais”, escreveu o deputado.
Para a AGU, prossegue o Globo, a publicação é uma difamação, porque associa o presidente ao nazismo, ao terrorismo e a posições antissemitas, com indícios de calúnia.
“A publicação feita pelo usuário ora denunciado é manifestamente criminosa, consistindo em discurso odioso e que, portanto, não pode permanecer sendo veiculado na plataforma, sendo imperiosa a sua remoção”, diz o órgão.
Pelo Código Penal, a difamação ocorre quando é imputado a alguém um “fato ofensivo à sua reputação”. Já a calúnia é atribuído “falsamente fato definido como crime”.
A publicação considerada difamatória ocorreu no contexto das declarações do presidente no domingo 18, durante a Cúpula da União Africana, na Etiópia.
Na ocasião, perguntado sobre a paralisação da ajuda financeira de países à Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), por acusações de associação da entidade ao Hamas, Lula criticou o fim dos repasses.
Ele comparou, ainda, as ações de Israel em Gaza às dos nazistas e de Hitler durante o Holocausto, o que causou indignação da comunidade judaica e do governo de Israel.
Em função das palavras de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, para uma reunião fora do protocolo, no , onde mostrou cenas das atrocidades nazistas contra os judeus.
O governo brasileiro se irritou por ter considerado que o embaixador foi exposto a um constrangimento. Como resposta, convocou o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que recebeu uma reprimenda em reunião no Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Fonte: revistaoeste