“Uma cortina de fumaça”, resumiu o advogado Eduardo Kuntz, que defende o perito Eduardo Tagliaferro, sobre o inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do , para apurar o caso das mensagens publicadas pela Folha de S.Paulo.
Ainda segundo Kuntz, a decisão de Moraes de
Por ora, não há decisão do presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à Revista pelo advogado de Eduardo Tagliaferro.
Com todo respeito, foi uma manobra para manter sob o poder dele algo que lhe interessa. Ao ministro Barroso, endereçamos um pedido, com farta argumentação, para solicitar o trancamento do inquérito, agora travestido de PET, a fim de que o presidente do STF entenda que seu colega abriu esse procedimento de forma equivocada, até por ser “vítima”. No âmbito da apuração, Moraes já determinou uma medida grave contra o meu cliente: a de busca e apreensão. Por isso, queremos evitar outras decisões dessa natureza. Nosso objetivo é o imediato arquivamento desse inquérito desnecessário, que é mais uma cortina de fumaça gigantesca aparentemente criada para afastar do objeto de investigação aquilo que merece atenção: o conteúdo das reportagens.
Desconheço a notícia, mas não sei se os policiais entrevistados responderam a algumas questões. Uma delas é por que o delegado de uma seccional absolutamente distinta, sem ordem judicial, mandou uma viatura buscar o compadre do meu cliente para prestar esclarecimentos. Também não sei se foi explicada a razão pela qual um telefone que havia sido entregue em perfeitas condições por Tagliaferro acabou devolvido corrompido seis dias depois. Compreendo a narrativa de tentar manter uma versão que não lhes prejudica. Mas a verdade é que muitos procedimentos que deveriam ter sido cumpridos não foram respeitados.
Até o momento, não.
O delegado fez questionamentos ligados à discussão que ela teve com o meu cliente, em casa. Trata-se da história do disparo com arma de fogo, que saiu na imprensa. Ao ser interpelada sobre a possibilidade de Tagliaferro querer vender o material divulgado pela Folha, ela negou. Disse, inclusive, que a atual situação financeira da família é pior que antes de tudo acontecer. Portanto, ela acredita que o marido não tenha ganhado dinheiro com isso. Entendo que o depoimento da esposa foi desnecessário. Acredito que tenha sido uma estratégia da Justiça com a finalidade de ganhar tempo para que a ordem de busca e apreensão de Moraes chegasse ao meu cliente enquanto ele depunha.
Vamos aguardar o ministro Barroso nos receber para tentarmos suspender o andamento desse inquérito e impedir Moraes de dar outras decisões. Esperamos também que as coisas se esclareçam de modo a Tagliaferro e sua família saírem do radar dessa investigação.
Fonte: revistaoeste