O presidente foi condenado e preso por sentença assinada pelo então juiz Sergio Moro (União Brasil), hoje senador pelo Paraná. O petista foi acusado de se beneficiar de desvios de recursos na Petrobras a partir de investigações na Operação Lava Jato. A condenação acabou anulada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente e Moro parcial ao julgar Lula.
Moro assumiu o mandato como senador e já prometeu fazer oposição ao governo do petista. Antes de se candidatar, Moro foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro e deixou o caso acusando o então presidente de tentar interferir na Polícia Federal.
Em entrevista à CNN, Moro disse ver risco a seus familiares após a fala de Lula. “Repudio veementemente, acho que o presidente feriu a liturgia do cargo por utilizar esse palavreado de baixo calão e simplesmente a gente tem que questionar quando isso é utilizado como forma de desviar o foco dos fracassos do governo federal”, afirmou. “Eu nunca levei essas questões para o lado pessoal, quando o presidente usa essa linguagem ofensiva contra mim, a meu ver ele gera até um risco pessoal para mim e minha família.”
A revelação de Lula sobre os dias da prisão foram feitas durante entrevista ao site Brasil 247. O presidente disse acreditar que a Lava Jato foi orquestrada pelo Ministério Público junto com autoridades do governo dos Estados Unidos para atacar as empreiteiras brasileiras. Lula passou 580 dias preso e respondeu a 20 ações. Em três delas foi absolvido. Outros 16 casos foram interrompidos por questões processuais ou reviravoltas que levaram ao arquivamento das ações.
Lula ainda afirmou durante a entrevista que em dado momento percebeu que a Lava Jato o tinha como alvo e só não sabia qual seria a acusação. Segundo presidente, as acusações tinham fundamentação política em vez de jurídica e, por isso, ele decidiu escalar o advogado Cristiano Zanin para a sua defesa. Zanin agora é cotado para assumir a vaga de Ricardo Lewandowski no STF.
Fonte: leiagora