O ciclo de palestras ocorre até sexta-feira (19), a partir das 9h, no Pavilhão da 56ª Expoagro
Indústria, comércio e agropecuária de Mato Grosso têm uma única visão a respeito da reforma tributária brasileira: entrando em vigor no formato atual, ela pode ter um impacto sobre a economia mato-grossense. O tema centralizou os debates desta quinta-feira (18) no Fórum das Cadeias Produtivas, congresso técnico da 56ª Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial (Expoagro) de Cuiabá que vai até sexta (19).
Subiram ao palco para uma palestra integrada os assessores jurídicos da Fecomércio-MT, Marcus Vinícius França, da Fiemt, Victor Maizman, e da Famato, José Cristóvão Júnior. “Essa Reforma Tributária já nasce injurídica, morta e inconstitucional. Ela retira dos estados e municípios o poder de fomentar o desenvolvimento socioeconômico de suas regiões. Industrias vão sair de Mato Grosso e isso pode gerar, entre outros prejuízos, mais desemprego”, analisou França.
Com a retirada do ICMS e a criação do IVA, os impostos serão retidos na origem e não na localidade de consumo. Na prática, isso reduz a possibilidade de concessão de incentivos fiscais pelo poder público para o setor produtivo. “Nossa esperança é que haja uma reforma da Reforma. Se não acontecer, nós estamos esperando que essa questão chegue ao STF para uma análise”, antecipa o assessor jurídico da Fecomércio-MT.
Quem também palestrou nesta quinta-feira foi o professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Nelcino Francisco de Paula. O professor buscou desmistificar a ideia de que a pecuária à pasto é uma vilã da sustentabilidade ambiental.
Nelcino frisou que, diferente do que é propagado em veículos de imprensa que não são especializados no agronegócio e pecuária, o gado no pasto de extensão ajuda no ciclo de carbono na medida em que os gases de CO2 emitidos são reaproveitados pela própria vegetação que serve de alimento para os animais.
Além disso, nos últimos anos a produção de carne brasileira aumentou vertiginosamente, algo que não aconteceu com as emissões de carbono. Nelcino afirmou que sim, há uma parcela de pessoas que queimam uma área para os animais, todavia, esta não é uma atitude de um verdadeiro pecuarista que cuida da terra e que sabe utilizar de forma consciente a área que ele adquiriu com tanta dificuldade.
Também palestraram no quinto dia do Fórum, o zootecnista da ABCZ, José Pankovish com o tema “Importância do Uso de Reprodutores PO no Rebanho”; o professor doutor Rafael Reis falando sobre “Produção de Silagem de Forma Sustentável”; ivan pinheiro com o tema “Plataforma de Negócios Sustentáveis”; e os advogados Marcel Ribeiro Daltro, da Nelson Willian Advogados; e Wanderson Prado, da Advogados M. Prado, palestrando com o tema “Desafios e Oportunidades nas Empresas Agro de Mato Grosso”.
Fonte: sindruralcuiaba