Via @portalg1 | O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para confirmar a suspensão de leis municipais de e Águas de Lindóia (GO) e Ibirité (MG) que proíbem o uso da linguagem neutra em escolas públicas e privadas e seu uso por agentes públicos.
As ações são analisadas no plenário virtual. A maioria do plenário seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que havia determinado a suspensão em decisão individual.
Oito ministros seguiram Moraes. Faltam os votos de Nunes Marques e André Mendonça.
Segundo Moraes, os municípios não dispõem de competência legislativa para a edição de normas que tratem de currículos, conteúdos programáticos, metodologias de ensino ou modos de exercício da atividade docente.
Ao tratar do caso de Ibirité, o ministro afirmou que “ao estender a proibição da chamada ‘linguagem neutra’ ao âmbito da administração pública municipal em geral, a norma aparentemente viola a garantia da liberdade de expressão, amplamente reconduzível à proibição da censura, bem como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil”.
Normas de português
Apesar de acompanhar o voto de Moraes, o ministro Cristiano Zanin disse que a que linguagem neutra destoa das normas do português, e que não é esperado que ela seja adotada em materiais de ensino.
“É certo que a língua é viva e dinâmica, sendo habitual que sofra mutações ao longo do tempo e conforme os costumes. Contudo, é preciso respeitar o corpo normativo vigente ao menos em documentos educacionais e oficiais de instituições de ensino, sendo de rigor o uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. E esse corpo normativo não prevê a modalidade dita ‘neutra’ de linguagem”, argumentou.
Por Márcio Falcão
Fonte: @portalg1