Ari Miranda
Única News
Após o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pedir ao Governo do Estado que as obras no “Portão do Inferno”, na rodovia MT-251, iniciem somente após o Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães (65 Km de Cuiabá), assim como a suspensão do sistema de “Pare e Siga” no local, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) respondeu o MP e negou mudar o sistema de controle de tráfego no local.
Na recomendação, o procurador Leandro Volochko pedia que o sistema de “Pare e Siga” no Portão do Inferno fosse suspenso durante o festival, tendo em vista que as obras emergenciais iniciadas em dezembro de 2023 já foram concluídas e não haveria mais necessidade do sistema de controle de tráfego.
Porém, a Sinfra negou e disse que o sistema será mantido, devido à impossibilidade técnica de garantir uma gestão de risco efetiva, caso a passagem de veículos seja totalmente liberada. Além disso, enfatizou que a resposta levou em conta que um relatório técnico do próprio MP, que se posicionou contra a retirada do sistema de controle de tráfego.
“Ao se permitir trânsito somente em uma faixa, não existirá a ocorrência simultânea de trânsito nos dois lados do viaduto, diminuindo, portanto, a carga total em seu tabuleiro. Assim, não há implicação para a estrutura da ponte. Pelo contrário, essa medida favorece a segurança”, diz trecho do relatório do MP.
A Secretaria informou ainda que o bloqueio para obras no trecho do “Portão do Inferno” só não ocorrerá imediatamente, porque o órgão ainda está trabalhando para cumprir todas as condicionantes impostas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), especialmente no tocante à Autorização de Supressão Vegetal (ASV) da área.
Na resposta ao Ministério Público, a Sinfra-MT informou também que não vai liberar a capacidade de carga do viaduto no “Portão do Inferno” para veículos de até 12 toneladas, uma vez que os estudos evidenciaram a fragilidade da área no entorno da fundação do viaduto, que não tem força e estabilidade o suficiente para suportar cargas.
Por fim, no ofício, a Secretaria respondeu outro questionamento sobre a previsão de horários de bloqueio no “Portão do Inferno”, rotas alternativas para Chapada dos Guimarães e também a liberação de passagem de ambulâncias em ocorrências de risco à vida.
Reprodução/Internet
DESLIZAMENTOS
O primeiro grande deslizamento de terra no Portão do Inferno foi registrado no dia 11 de dezembro de 2023. Por conta disso, no dia seguinte foi publicado um decreto de Situação de Emergência no local.
Em pouco mais de 90 dias desde então, a Sinfra-MT realizou ações emergenciais, elaborou projetos, realizou a licitação emergencial e assinou o contrato e a ordem de serviço para início dos trabalhos.
Vários estudos técnicos foram realizados para embasar a solução técnica. Além dos problemas na parte de cima, há outros riscos envolvidos na parte inferior do viaduto, onde foram constatados deslizamentos de terra e uma grande quantidade de fraturas, que correm o risco de queda
Desde o dia 27 de dezembro, foram registrados 16 quedas de blocos de terra, sempre em dias de chuva ou vento forte. Os estudos locais verificaram que os blocos caíram de altura maior em relação a anos anteriores, o que aumentou o impacto na rodovia.
As quedas pararam no final de fevereiro, após a colocação das telas e remoção da maioria dos blocos soltos.
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Fonte: unicanews