A dieta da influenciadora Gracyanne Barbosa tem dado o que falar no BBB25. A musa fitness chega a comer 40 ovos por dia, hábito que tem gerado a curiosidade dos colegas de confinamento e também do público. Afinal, faz bem comer tanto ovo assim diariamente?
Conforme a nutricionista Phamella Ávila, o consumo excessivo de ovos não é recomendado; tudo depende do estilo de vida e da rotina de exercícios de cada pessoa. É preciso moderação no consumo e acompanhamento profissional. Confira, abaixo, as orientações da especialista!
Quantos ovos uma pessoa pode comer por dia?
“Essa resposta precisa ser individualizada! Ou seja, depende. Isso porque o ovo, mesmo sendo um bom alimento, com proteína de alto valor biológico, vitaminas (A e E) e antioxidantes, ainda assim é rico em gorduras insaturadas e colesterol. Uma média de 2 a 3 ovos (sejam inteiros ou apenas as claras) no dia a dia de uma pessoa saudável, ativa e com bons hábitos alimentares é muito bem-vinda. Pessoas saudáveis, que praticam atividade física com maior frequência e intensidade, precisam avaliar o histórico de consumo e as necessidades alimentares com o nutricionista. Se for o caso, o ovo pode estar mais presente nas refeições, no contexto de uma alimentação equilibrada e variada. O importante é que as pessoas tenham a consciência de que nenhum alimento deve ser ingerido de forma isolada e exagerada. Por outro lado, pessoas pouco ativas, que convivem com condições crônicas de saúde, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, precisam limitar o consumo e adequar a dieta às suas necessidades individuais.”
Phamella Ávila, nutricionista.
Existe algum risco de consumir só ovos?
“Sim! Uma alimentação baseada apenas em ovos implica em falta de variedade nutricional. Isso reduz a diversidade de nutrientes que precisamos para as manutenções metabólicas (manter o corpo funcionando bem). O consumo exclusivo de ovos pode aumentar o risco de colesterol alto, sobrecarga hepática (problemas no funcionamento do fígado), problemas renais, disbiose intestinal, irritabilidade, ganho de peso, e ainda existe um ponto bem importante: o excesso na produção de gases intestinais. Esse último ponto gera um mal-estar social, já que a frequência dos gases aumenta e o odor também, dificultando a convivência e o relacionamento social da pessoa.”
Phamella Ávila, nutricionista.
Comer ovo em excesso pode dar colesterol?
“Não é correto dizer que existe uma ligação direta entre o consumo de alimentos ricos em colesterol e o aumento do colesterol endógeno (produzido pelo nosso organismo). O que se sabe é que alimentos ricos em gordura, especialmente em gorduras saturadas, propiciam o aumento do colesterol LDL (conhecido popularmente como colesterol ruim), o que aumenta os níveis de colesterol total. Nosso colesterol endógeno é produzido em maior parte pelo fígado, e as evidências científicas mais atuais demonstram que dietas ricas em gordura estimulam o fígado a sintetizar colesterol para processar e transportar os lipídeos presentes no sangue. O maior impacto na produção de colesterol se dá quando existe um excesso de alimentos ricos em gordura saturada (de origem animal), tais como leite integral e derivados, carnes vermelhas gordurosas, peles de aves, bacon, embutidos e gema de ovo. No caso do ovo, a concentração de gordura está na gema, e a maior parte dessa composição é de gordura insaturada. Logo, se o consumo de ovo estiver alinhado com as necessidades da pessoa e dentro de uma alimentação equilibrada e saudável, rica em vegetais diversos, alimentos in natura e com restrição de alimentos industrializados, o consumo do ovo e da gema de ovo é seguro. Salvo em pessoas com hipercolesterolemia familiar, uma condição genética caracterizada por altos níveis de colesterol no sangue.”
Phamella Ávila, nutricionista.
Não é mais recomendado ter uma dieta diversificada?
“Sim! Nenhum alimento isolado é capaz de fornecer a nutrição completa, equilibrada e de qualidade que o corpo humano precisa. Alimentos isolados empobrecem a qualidade nutricional, interferem no equilíbrio metabólico, podem levar a carências importantes de vitaminas e minerais e prejudicam o funcionamento do organismo. Além dos efeitos negativos sobre o comportamento alimentar da pessoa, já que restrições alimentares importantes retiram o prazer e a alegria do comer como um ato social, seja em família, entre amigos ou no ambiente de trabalho.”
Phamella Ávila, nutricionista.
O consumo de ovos pode afetar a saúde do coração?
“As diretrizes brasileiras da Sociedade Brasileira de Cardiologia não definem uma quantidade específica, mas recomendam uma alimentação equilibrada e saudável, rica em vegetais variados, alimentos in natura e com redução de gordura, especialmente gorduras saturadas (de origem animal). Logo, o consumo excessivo de ovos não é recomendado, podendo exceder a quantidade de gordura, com o aumento dos níveis totais de colesterol e prejudicar a saúde cardiovascular. É preciso considerar a alimentação como um todo: quais outras fontes de gordura você consome ao longo do dia? Existe equilíbrio na combinação dos alimentos do seu prato? Qual é a sua necessidade energética diária? Existe alguma condição crônica de saúde, como obesidade, diabetes e hipertensão, que exige maior cuidado com a alimentação? Além disso, atividade física é inegociável.”
Phamella Ávila, nutricionista.
Quais são os benefícios e desvantagens de incluir ovos em todas as refeições diárias?
Benefícios: O ovo é um alimento de preço acessível, fácil de preparar e com um bom perfil nutricional. Além disso, contribui para a saúde muscular, saúde óssea, bom funcionamento do cérebro, e possui um bom perfil de vitaminas A e E, vitamina B12 e antioxidantes. É um alimento versátil em preparações culinárias, podendo ser consumido de diversas formas, desde o tradicional ovo cozido até omeletes ou participando de recheios e massas.
Desvantagens: Excesso de gordura quando consumido exageradamente; aumento do risco de elevar o colesterol (se consumido em excesso); paladar (algumas pessoas não gostam de ovo); excesso na produção de gases com odores fétidos.
Dica da nutri
Phamella também ressalta que o Ministério da Saúde disponibiliza um guia alimentar com dicas de alimentação saudável e que é voltado para todos os brasileiros, sem restrição. O guia reforça a importância de valorizar a alimentação equilibrada, diversificada, com base nos alimentos in natura e minimamente processados, moderação dos alimentos processados e evitar os ultraprocessados. Confira abaixo.
Outra versão do guia é voltado para alimentos que são aliados do coração. A alimentação cardioprotetora está em sintonia com as recomendações do guia alimentar, incluindo em suas orientações apenas alimentos in natura, minimamente processados e processados. Veja abaixo.
Fonte: primeirapagina