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Procurador revela investigação do MPMT sobre tentativa de invasão de grupos criminosos no poder em várias regiões de MT

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O procurador de Justiça de Mato Grosso, Domingos Sávio Barros Arruda, informou que o Ministério Público investiga a aproximação e a influência de facções criminosas em poderes constituídos, como a questão levantada sobre a Câmara de Cuiabá, em outros lugares do estado. Ele prestou a informação durante entrevista concedida à Rádio Cultura FM nesta quinta-feira (21), depois de ter demonstrado publicamente a preocupação com as denúncias feitas pelo prefeito eleito Abilio Brunini (PL) sobre o Legislativo cuiabano.

“É do meu conhecimento que o Ministério Público está investigando situações desse tipo, que ocorreram e que estão ocorrendo em outros lugares do Estado. A suposta atuação de facções criminosas no sentido de apoderar-se de espaços da administração pública, seja no Executivo como também nos Legislativos”, informou.

A forma eloquente como Abilio Brunini anunciou as suspeitas recebeu ressalvas do procurador, que disse que não seria a mesma adotada por ele, caso recebesse as informações sobre a suposta influência de organizações criminosas no Legislativo. Porém, Domingos Sávio destacou não acreditar que essas informações não sejam concretas, visto o risco de o prefeito eleito de incorrer em denunciação caluniosa.  

“Ao que sei, ele teria apontado nomes de pessoas que estariam envolvidas nisso tudo, vereadores eleitos. Agora, cada um tem o seu estilo de ser, o seu estilo de vida. Particularmente, se eu tivesse uma notícia dessa, eu não ia alardeá-la. Eu procuraria os meios para entregar o que eu tinha de concreto”, declarou.

“Nós não podemos duvidar do que o prefeito está falando a princípio. Até porque se ele fosse um mero falastrão, ele haverá (sic) de responder por crime de denunciação caluniosa. No sentido de que a denunciação caluniosa caracteriza-se pelo fato de a pessoa saber quem é efetivamente inocente mas, ainda assim, denunciá-la, ensejando a instauração de procedimentos investigativos. Então, isso é denunciação caluniosa, cuja a pena é de dois a oito anos”, lembrou Domingos Sávio.

O procurador ainda reforçou o possível desgaste que Abilio causaria entre os poderes Executivo e Legislativo caso as denúncias feitas por ele, por meio da imprensa, não fossem com base em conhecimento dos fatos.  

“Evidente que, a princípio, nós temos que partir, portanto, da premissa de que o prefeito tem fundamento. Isso, sem contar a crise, a situação extremamente melindrosa que causaria entre ele e esses parlamentares, o que iria dificultar sua própria relação com a Câmara Municipal”.

Domingos Sávio ainda enfatizou a gravidade das acusações, embora entenda que elas não sejam surpresa, já que a tentativa de domínio das organizações criminosas ocorre em todo o país.  

“Partindo dessa premissa, repito, de que ele estava falando com fundamento, a denúncia é extremamente grave. Ainda que ele não surpreenda. Porque é do conhecimento de todos que as facções criminosas, as organizações criminosas, de uma forma geral, buscam sempre ocupar esses espaços na administração pública lato sensu. Então, não é novidade, o que causa perplexidade foi o prefeito vir a público dizer de forma tão taxativa a existência delas e a intervenção delas inclusive na escolha da Mesa Diretora da Câmara”, apontou.

Fonte: leiagora

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