– O juiz Mirko Vincenzo Giannotte, da Comarca de Sinop, converteu em preventiva a prisão da empresária Taiza Tossat, detida na última quinta-feira (31) durante a Operação Cleópatra, que investigou um esquema de pirâmide financeira que teria causado um prejuízo estimado em R$ 2,5 milhões. Taiza, apontada como a líder do esquema, foi presa ao desembarcar no aeroporto de Sinop junto com seu companheiro, Wander Aguilera, também detido. O juiz ainda negou o pedido de sigilo do processo.
Em busca realizada no endereço de Taiza, localizado em um condomínio de luxo, a Polícia Civil apreendeu veículos, uma moto BMW, joias, anabolizantes proibidos, munições de uso restrito e cheques no valor total de R$ 419 mil, assinados por vítimas do esquema. A prisão preventiva foi fundamentada, segundo o magistrado, pela “gravidade das condutas” e pela “habitualidade delitiva” do casal, que indicaria uma atividade criminosa estruturada. O juiz também mencionou os antecedentes criminais de ambos e avaliou que medidas cautelares alternativas seriam insuficientes para garantir a ordem pública.
A operação desvendou detalhes sobre o golpe: nas redes sociais, Taiza se apresentava como uma especialista em investimentos, oferecendo lucros entre 2% e 6% ao dia, dependendo do montante investido. O valor inicial exigido era de R$ 100 mil. A promessa de ganhos rápidos atraía vítimas, que no começo recebiam o retorno prometido, mas, após alguns meses, os pagamentos cessavam, e Taiza passava a evitar contato, deixando os investidores sem resposta.
Além de Taiza e Wander, a investigação aponta o envolvimento de outras pessoas no esquema, incluindo um médico e o ex-marido de Taiza, um ex-policial federal. O ex-policial atuava como gestor de negócios, e o médico, segundo a Polícia Civil, ocupava o cargo de diretor administrativo na empresa DT Investimentos, que seria usada como fachada para o esquema. Juntos, eles teriam impactado financeiramente diversas famílias, incluindo amigos e parentes próximos.
Durante a operação, a Justiça expediu seis mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados em Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop. Em depoimento, Taiza optou por ficar em silêncio sobre as acusações. Quando questionada sobre as munições encontradas em sua residência, ela afirmou inicialmente que pertenciam ao atual companheiro, mas depois mudou sua versão, dizendo que eram do ex-marido, Ricardo Ratola, e que ainda não havia conseguido devolvê-las a seu advogado.
O juiz também solicitou que a Polícia Federal verifique os registros de armas de Taiza, Wander e Ricardo Ratola, com prazo de 15 dias. Além disso, foi determinado que o médico citado por Wander apresente justificativas das prescrições para os anabolizantes encontrados, que o casal afirmou serem utilizados para reposição hormonal.
A defesa dos envolvidos ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Fonte: odocumento