A falta de vacina contra a catapora na rede pública de saúde tem preocupado pais e responsáveis por crianças na faixa-etária dos 4 anos em Campo Grande.
A microempreendedora Angélica Flores, mãe do pequeno Lorenzo, está nesta situação desde outubro do ano passado quando o menino completou tal idade. Naquele mês ela foi até uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e foi informada que das doses que a criança teria que tomar, a varicela estava em falta.
Por isso, ele recebeu os outros imunizantes e teria que retornar em um mês para se imunizar contra a capatapora. Em novembro, porém, a resposta foi a mesma: a vacina seguia em falta, assim como agora.
“Eu ligo toda semana na UBS e a resposta é sempre a mesma”, contou.
A tentativa desta semana foi quando a equipe de reportagem estava em sua casa e, com ligação no viva-voz, novamente veio a negativa com um detalhe, não há previsão de quando o estoque será abastecido.
O esquema vacinal funciona da seguinte forma:
- 1ª dose em bebês de 1 e 3 meses, sendo a tríplice + varicela
- 2ª dose em crianças de 4 anos, sendo a monovalente (apenas varicela)
Campo Grande não é a única cidade que enfrenta a escassez. Muitos municípios do Brasil estão na mesma situação, isso porque em março do ano passado houve suspensão da importação da vacina por parte do Ministério da Saúde.
A pausa ocorreu para que a composição fosse reavaliada. Após estudo rigoroso da Anvisa (Agências Nacional de Vigilância Sanitária) a compra foi retomada em julho, mas o atraso no abastecimento global ainda é sentido.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que a última remessa enviada do Governo Federal ao Estadual foi em agosto passado.
O estoque hoje está na chamada “cota de contingência”, ou seja, é utilizado somente em casos de surto, também em pessoas em situação de vulnerabilidade ou em tratamento de saúde contra doenças graves como o câncer, por exemplo.
Em nota o Ministério da Saúde informou que recebeu 1 milhão de doses em dezembro e 554 mil serão distribuídas ainda este mês. O Estado, no entanto, ressaltou que até agora apenas um comunicado informando que o estoque está restrito foi recebido do governo Federal.
A superintendente em vigilância da Sesau, Veruska Lahdo, explicou que a previsão para chegada da vacina em Campo Grande é fevereiro. “O ideal é realmente entrar em contato com as unidades de saúde e assim que tiver estoque ir e se imunizar”.
Perigo
A médica infectologista, Silvia Uehara, explicou que a catapora pode evoluir para outras doenças como a meningite, principalmente em casos de pessoas com baixa imunidade.
“Pessoas transplantadas, com tenham HIV ou câncer, também muitas que tiveram covid-19 e de forma localizada apresentam infecção varicela zoster. Então, a imunização das crianças traz a possibilidade de evitar tudo isso no futuro”.
O ideal é que todas as crianças tomem vacina, mas na falta dela o recomendado é que, caso haja manifestação de catapora, característica pelas bolhinhas pelo corpo, haja isolamento para não ocorrer contágio.
Fonte: primeirapagina