O churrasco está mais caro no Brasil. Em 12 meses, a inflação da carne saltou de 8,33% até outubro para 15,43% até novembro, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira, 10, pelo .
A alta acumulada é a maior desde outubro de 2021, quando alcançou 19,71%. Considerando apenas novembro, as carnes registraram aumento de 8,02%, a maior variação mensal desde dezembro de 2019 (18,06%).
Os cortes de alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%) foram destacados como os principais responsáveis pela alta de 1,55% no grupo de alimentação e bebidas em novembro.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, a inflação foi impulsionada pela menor oferta de animais para abate e pelo aumento das exportações.
“A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro”, disse Almeida. “A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto.”
A consultoria Datagro avalia que as cotações do boi gordo, que chegaram a flertar com máximas nominais históricas, têm impulsionado os preços da carne bovina no atacado e no varejo.
“O comportamento dos preços sugere que uma parcela considerável da alta da arroba bovina já foi absorvida pelos consumidores”, diz a consultoria em relatório.
Apesar dos preços elevados, o ambiente de consumo aquecido favorece as vendas, mas há sinais de limite.
“Ao analisar a fração da renda média comprometida pelo consumo per capita de carnes aos níveis atuais, percebe-se que ainda há espaço na renda do brasileiro médio para consumir carnes”, acrescenta a Datagro.
“Contudo, também é possível inferir que estamos nos aproximando de um patamar máximo de quanto o consumidor está disposto a comprometer de sua renda para esse consumo, o que começa a induzir um movimento gradual de substituição da proteína bovina por alternativas de menor custo”, acrescenta.
Fonte: revistaoeste
