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Pacientes com lúpus em MS sofrem com falta de medicamento: uma preocupação constante

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Pacientes com lúpus, doença inflamatória autoimune, reclamam da falta de um medicamento usado no tratamento. O estoque de hidroxicloroquina acabou em março e ainda não foi reposto em Mato Grosso do Sul. O fornecimento é feito pelo SUS e a compra realizada pelo estado.

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Paciente Com Lúpus (Foto: Ariovaldo Dantas)

Lúpus é uma doença inflamatória autoimune – ou seja, uma condição em que o sistema imunológico ataca o próprio corpo por engano. Pode afetar diferentes órgãos e tecidos, desde a pele, passando pelas articulações, chegando ao cérebro e rins, por exemplo. Em casos graves, pode levar à morte. Não tem cura, mas tem tratamento.

Elaine Sandin descobriu que tinha lúpus em 2019. A dona de casa usa hidroxicloroquina para controlar o lúpus, mas não encontrou o medicamento na Casa da Saúde. Por mensagem, ela recebeu a informação de que o estoque acabou e não há previsão de disponibilidade.

“A resposta que tive é que estava em falta, eles não tinham previsão de reposição, de entrega. E Aí a gente ficou assim, mas como eu já tinha um estoquezinho dele não me abalou tanto em março. Só que já vão para três meses, então já abre aquela preocupação se eu vou ficar sem ou não vou. Outras pessoas também que conheço já estão comprando este medicamento. Não é um medicamento tão baratinho, tão acessível e aí fica essa preocupação. Quantos meses mais?”

Elaine Sandin

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que a hidroxicloroquina de 400 miligramas está em falta. O medicamento, segundo a SES, esgotou em março, mas um novo estoque foi comprado e deve ser disponibilizado agora na primeira quinzena de maio. Ao todo, 498 pessoas usam o medicamento em Mato Grosso do Sul pelo Sistema Único de Saúde.

O desabastecimento temporário teria acontecido por atraso do fornecedor em entregar a compra feita pelo estado. A médica reumatologista Veruska Atalla explica a importância da hidroxicloroquina no tratamento do lúpus.

“É um medicamento muito importante para o controle de sintomas, controle da doença, controle da atividade dessa doença crônica, autoimune, o lúpus, principalmente o controle de sintomas articulares e sintomas cutâneos. 

Reumatologista Veruska Atalla

A médica ainda lembra que, em alguns casos, a saúde pode ficar comprometida já em pouco tempo sem o remédio.

“O medicamento começa a agir no sistema imunológico, começa a controlar essa atividade da doença após algumas semanas de uso contínuo, geralmente 3 a 4 semanas. Então realmente a falta dele pode, sim, causar impactos na evolução, no controle mesmo dessa doença autoimune crônica”.

Quem depende desta medicação para controlar a doença espera que ele chegue logo.

“Não é brincadeira a nossa saúde. Se hoje às vezes as pessoas olham, mas ela tá bem. Às vezes olham outras pessoas que tem a mesma doença e falam ela está bem, mas a doença não tem cara e se a gente está bem é porque a gente depende desse medicamento. Sem ele, a doença pode entrar em atividade e trazer outras consequências para nós. 

Fonte: primeirapagina

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