O Ministério Público de Mato Grosso pediu novas diligências no inquérito complementar que apura a morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá.
No mês passado, a Polícia Civil indiciou o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo como o mandante do homicídio duplamente qualificado.
O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público para oferecimento de possível denúncia. No então, o órgão ministerial entendeu que não foram “exauridas todas as possibilidades” apontadas no inquérito policial.
As investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) demonstraram a ligação entre Aníbal e o possível intermediário do crime, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, além do vínculo de Caçadini com os demais envolvidos no caso que estão presos.
O fazendeiro deve responder por homicídio duplamente qualificado, crime praticado à traição, impossibilitando a defesa da vítima, mediante paga ou promessa de recompensa.
Os elementos de prova, porém, restaram insuficientes para o indiciamento da esposa do mandante, Elenice Ballarotti Laurindo.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Nilson André Farias, a motivação do crime envolveu uma disputa agrária na região de Paranatinga, onde o mandante tem uma propriedade rural. A área, objeto da disputa que o casal estava perdendo para o advogado Roberto Zampieri, que representava a parte adversária, está avaliada R$ 100 milhões.
A investigação apontou ainda que a família dos investigados estava em posse da fazenda há aproximadamente 20 anos, mas havia uma discussão em relação ao título de propriedade da área. Quando o casal percebeu que poderia perder a terra e, acreditando em uma proximidade da vítima com quem competia decidir a causa agrária, decidiu contratar uma pessoa para executar o advogado.
O crime
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na Capital. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor, que fez diversos disparos de arma de fogo.
Três pessoas permanecem presas e já viraram réus pelo homicídio: Antônio Gomes da Silva (o executor), Hedilerson Fialho Martins Barbosa (o suspeito de ser o intermediário) e o coronel reformado do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas (que teria financiado o crime).
O fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo e sua esposa, Elenice Ballarotti Laurindo, considerados os mandantes do crime, chegaram a ser presos, mas conseguiram liberdade, mediante cumprimento de medidas cautelares.
Fonte: odocumento