O governador Mauro Mendes vai criar um fundo para receber doações para criar reservas ambientais em Mato Grosso. O fundo ficará aberto a transferências financeiras nacionais e internacionais, públicas e privadas.
O fundo deverá servir como uma contestação a países europeus que cobram a preservação ambiental de áreas maiores no Brasil, Mato Grosso está no centro dessa disputa por causa da produção agropecuária.
A criação do fundo foi anunciada na semana passada. A proposta deve ir para a Assembleia Legislativa como um projeto de lei. O governador Mauro Mendes não deu detalhes sobre as regras.
Mas, politicamente, ele poderá ser usado para mostrar a países europeus, como França e Alemanha, que Mato Grosso estaria disposto a preservar pedaços extras de terra, desde que o ônus de evitar atividades econômicas seja compensado.
“Eu não vou gastar dinheiro público para comprar área e transformá-la em parque. Eu vou criar um fundo para receber doações de ONGs (organizações não-ambientais), países que se dizem interessados em preservar o meio ambiente no Brasil, grandes empresas, cidadãos. É para doar dinheiro para Mato Grosso regularizar os parques já criados e para criar outros. Historicamente, cria-se um problema e fica a conta para a gente pagar”, disse.
Mato Grosso tinha, até 2022, 47 parques criados por decretos, mas 20 estavam regularizados. O número atual começou a disparar entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, período em que os decretos de reservas ambientais crescem em 300%.
Boa parte deles são disputados na Justiça entre produtores rurais ou empresas e ativistas ambientais, ONG e o próprio o estado. As áreas selecionadas para parques já tinham atividades econômicas em andamento na época dos decretos.
O governador Mauro Mendes disse recentemente que seriam necessários R$ 70 bilhões somente para indenizar os proprietários de terras nas áreas dos parques. Isso equivale a Mato Grosso gastar cada centavo do dinheiro que arrecadasse pelos próximos 3 anos para quitar a dívida.
Fonte: olivre.com.br