Christinny dos Santos
Única News
A mãe do bebê recém-nascido que estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal do Hospital Santa Helena, em Cuiabá, e morreu com queimaduras e outras lesões, não seguia os protocolos de segurança ao ter contato com a criança, afirmou a Escomed Assistência Médica, que administra a UTI.
Ao Única News, Camila Fortes, Coordenadora Administrativa da UTIN, disse ainda que a mãe chegou a colocar o celular diversas vezes dentro a incubadora, para tirar fotos do recém-nascido.
O bebê nasceu no dia 2 de setembro e logo após o parto foi encaminhado para a UTIN. Durante a internação ele chegou a passar por cirurgia de emergência, onde 30cm do seu intestino foram removidos por estar necrosado. O bebê chegou a ter uma hemorragia e, na sexta-feira (18), teve convulsões. No sábado (19), morreu.
Segundo a Escomed, a UTI segue a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), portanto os pais têm acesso livre aos filhos. Após serem orientados e receberem demonstração do processo de higienização a ser realizado antes do contato direto com o bebê, os pais podem visitá-lo a qualquer momento.
Entre os protocolos de segurança descritos está a proibição do uso de bonés, correntes, anéis, pulseiras, sapatos abertos, uso de telefone celular ou entrar com bolsas grandes dentro da sala. Além disso, era necessário que, antes de acesso o bebê, pai e mãe fizessem lavagem de mãos conforme indicado no quadro disponível no local e, em seguida, fizessem a higienização com álcool.
Como o bebê estava em um leito isolado, a mãe tinha acesso irrestrito ao bebê. Mas, segundo a Escomed, ela não seguia os protocolos de segurança completos e, por vezes, não lavava as mãos para entrar na sala, bem como usava bolsas grandes.
Camila ainda contou ao Única News que a mãe do bebê abria a incubadora e colocava dentro o celular, que pode ser objeto de contaminação, para filmar e tirar fotos da criança. Há relato ainda de que ela chegou a passar óleo ungido no filho, também passível de contaminação externa por bactérias.
A empresa afirmou que o recém-nascido teve infecções recorrentes, pois ainda não tinha anticorpos e era exposto a possíveis contaminações. O médico responsável pelo tratamento do bebê teria receitado imunoglobulina para a criança, para ajudar na formação de anticorpos e tentar combater as infecções.
Embora a mãe tenha sido orientada por enfermeiros, técnicos e demais profissionais que atuaram no tratamento da criança, segundo a empresa, não houve mudança no comportamento.
A Polícia Civil informou que nenhum boletim de ocorrência foi registrado até o momento. No entanto, após uma denúncia feita pela mãe da criança, na terça-feira (22), o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que vai investigar o caso.
Confira a nota emitida pela Escomed:
Paciente prematuro, 35 semanas, filho de mãe diabética, nascido de parto cesárea, por centralização fetal.
Primeiramente encaminhado para alojamento conjunto, onde evoluiu com desconforto respiratório, glicemia baixa persistente, encaminhado para observação em sala de parto, e apenas com 12h de vida é encaminhado para nosso serviço (UTI neonatal).
Na UTIN (utineonatal), o paciente chega grave, sendo realizado o diagnóstico de infecção e insuficiência respiratória, apresentou evolução clínica não satisfatória, evoluindo com doenças cirúrgicas e realizado 2 cirurgias no período na internação.
Na UTIN (uti neonatal) foi feito acompanhamento multiprofissional (pediatras, cirurgião pediátrico, enfermagem, fonoterapia, fisioterapia, nutricionista), recebendo o tratamento necessário inclusive com medicações não padronizadas pelo SUS (imunoglobulina).
Sobre as feridas, ocorre que paciente grave muito edemaciado, necessitando de monitorização, por vezes ocorre hematomas no local onde é necessário fixar dispositivos, ou puncionar, usamos recursos para que isso não ocorra, porém nem sempre é possível evitar.
Sobre o sangramento em fralda, se trata do sangramento em ostomia (1 das cirurgias), que é uma complicação inerente do quadro clínico do paciente.
Vale ressaltar que somos uma UTI neonatal reconhecida pelo ministério da saúde, justamente pelos projetos de humanização, assim como possuímos o título de Hospital Amigo da Criança e somos acompanhados pelo projeto Qualineo.
Sentimos muito pela perda dessa família, e com certeza não medimos esforços para que todos saiam daqui com seu bebe no colo, porém nem sempre é possível.
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Fonte: unicanews