O orgulho LGBTQIA+(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais e demais identidades de gênero) tomou conta do Hemosul de Campo Grande, neste sábado (18).
Mulheres lésbicas, homens gays, transexuais e demais integrantes da comunidade marcaram presença no local, para desmistificar o tabu de que esse público não pode doar sangue.
A campanha “Sangue LGBTQIA+ Salva Vidas” é parte do calendário de ações do Maio da Diversidade, realizado pela Secretaria de Estado da Cidadania, em comemoração aos 34 anos da decisão da OMS (Organização Mundial da Saúde), que retirou a homossexualidade da classificação internacional de doenças.
Apesar da conquista, somente em 2020 que o STF (Superior Tribunal Federal) entendeu que impedir a à doação de sangue por pessoas LGBTQIA+ é inconstitucional.
A ação foi o empurrãozinho que o desenvolvedor de sistemas Jhonny Ílis precisava, depois de 6 anos sem doar.
“Minha última doação foi em 2018. Vim por causa da campanha. Antes de vim eu comi bem, tomei bastante água também. E eu, por ser fumante, não fumei desde ontem à noite, justamente para não ter nenhum empecilho para a doação. Nem doeu”.
Jhonny Ílis, desenvolvedor de sistemas.
Já a arquitetura Bruna Farias Albuquerque, de 28 anos, doou pela primeira vez. Ela comenta sobre a importância do público LGBTQIA+ ser um aliado na doação de sangue.
“Inclusive, eu não sabia que o Hemosul abria aos sábados. Eu vim por conta dessa causa especial, pela campanha da diversidade. A gente não pode perder essa oportunidade, que deveria ser comum para todos os cidadãos”.
Bruna Farias Albuquerque, arquiteta.
A assessora jurídica na Defensoria Pública, Marina Cangussu, também doou sangue pela primeira vez e reforça o quão simbólica é esse tipo de ação. Mais do que um ato de solidariedade, a doação de sangue LGBTQIA+ tem um papel político, ela explica.
“Eu sou da comunidade LGBT, sou uma mulher lésbica. E eu acho muito legal quando a gente desmistifica esse mito de que esse público não pode doar. Só de estar sentada aqui agora, eu já ouvi pessoas falando que achavam que essa campanha não devia ter sido feita. Então eu acho bem importante a gente vir desmistificar, mostrar que nós somos pessoas iguais a todo mundo, que a gente se previne e se cuida. Todo mundo tem que se prevenir e se cuidar. E todo mundo é passível de fazer a doação de sangue pra ajudar alguém”.
Marina Cangussu, assessora jurídica na Defensoria Pública.
Coordenadora do CEC LGBT+ (Centro Estadual de Cidadania LGBT), pasta que idealizou a campanha, Gaby Antonietta reitera o papel social da iniciativa em um mês que é tão importante para a comunidade.
“Campanhas como essa trazem à luz informações, desmitificam preconceitos e a discriminação em uma mês tão importante que é o maio da diversidade em que celebramos o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, em 17 de maio. Então durante esse mês a subsecretária de políticas públicas da população LGBTQIA+, do estado do Mato Grosso do Sul, tem desenvolvido várias ações, articulações com os municípios sobre os direitos da população LGBTQIA+, e o enfrentamento à LGBTfobia. Campanhas como essa salvam vidas. E toda vida importa”.
Gaby Antonietta, coordenadora do CEC LGBT+.
A coordenadora da Rede Hemosul, Marina Sawada Torres, frisa que a iniciativa ajudou a repor os estoques de sangue, neste sábado. Mas ele ressalta que quanto mais doadores o Hemosul receber, independente da data, melhor.
“Os estoques mais críticos são o O positivo, que nós estamos com 34 % da nossa capacidade de estoque e o O negativo, que nós estamos com 48 % da nossa capacidade. Só que os outros tipos também são bem-vindos por conta da produção de plaquetas que tem tempo de validade muito pequeno, que é de 5 dias, e a gente também tem demanda. Então, todos os tipos são bem-vindos”.
Marina Sawada Torres, coordenadora do Hemosul.
Portanto, doe você também!
Horário de funcionamento
- de segunda à sexta-feira o Hemosul abre das 7h às 17h.
- nos sábados, das 7h às 12;
- no primeiro e no terceiro sábado de todo mês, o Hemosul atende das 7 às 17.
Fonte: primeirapagina