A análise foi feita pela equipe coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Luiz Carlos Júnior Alcântara, que recebeu 94 amostras, sendo 30 positivas para Covid-19.
“Observa-se que, atualmente, o cenário da Covid-19 é caracterizado pela hegemonia de ômicron e suas distintas sublinhagens, como BA.5.X, BQ.1.X, BA.275.X, XBB.X e agora uma nova subvariante, a CH.1.1.1 (BA.2.75.X)”, diz o pesquisador Luiz Carlos Júnior Alcântara no relatório da pesquisa.
A diretora do Lacen-MT, Elaine Cristina de Oliveira, avalia positivamente a pesquisa no sentindo de identificar as variantes em circulação no estado e analisar a predominância delas entre os casos confirmados de coronavírus. “É imprescindível o constante monitoramento das doenças virais circulantes em Mato Grosso, pois, a partir desse acompanhamento, conseguimos dar suporte para construção de políticas públicas adequadas a cada situação”, diz a gestora.
A diretora ainda explica que as ações de vigilância genômica em Mato Grosso iniciou em outubro de 2021 e, até momento, o Lacen-MT já sequenciou mais de 800 amostras e continua realizando o monitoramento das amostras que são entregues ao laboratório.
Sequenciamento de dengue
Além da análise da Covid-19, a pesquisa em parceria com a Fiocruz também realizou o sequenciamento genético da dengue tipo 1 (Denv 1) e dengue tipo 2 (Denv 2), as mais comuns em Mato Grosso.
Um total de 24 amostras positivas para Denv 1 foram processadas e 100% delas foram identificadas como Genotype V. Conforme Elaine, esse tipo de dengue é um vírus que já circula dentro do estado.
Das 40 amostras positivas para Denv 2, todas eram da linhagem Genotype III, que também já foi identificado no estado.
“Atualmente os arbovírus estão circulando de forma simultânea com Covid-19 no Brasil, situação que coloca o país no centro das atenções mundiais quando o assunto é saúde pública. Por isso, enquanto estado, precisamos ficar sempre atentos aos cenários e suas mudanças”, acredita Elaine.
Outras pesquisas
Entre janeiro e março de 2023, o Lacen-MT realizou de forma independente outras duas pesquisas para identificação e monitoramento das variantes da Covid-19 circulantes no Estado. Ao todo, foram sequenciados 56 genomas, provenientes de pacientes sintomáticos e positivado para a doença.
O resultado da análise apontou que 100% das amostras sequenciadas apresentaram a variante ômicron. O estudo mostra que a subvariante BA.2.75.X começa a aparecer em circulação a partir do mês de fevereiro.
As amostras das três pesquisas são provenientes de pacientes dos municípios de Cuiabá, Querência, Várzea Grande, Tangará da Serra, Santo Antônio do Leverger, Cocalinho, Brasnorte, Confresa, Lucas do Rio Verde, Colíder, Nossa Senhora do Livramento, Planalto da Serra, União do Sul, Campo Novo do Parecis, Novo Mundo, Canarana, Itiquira, Juína, Sinop, Nova Ubiratã, Sorriso, Rondonópolis, Marcelândia, Mirassol D’Oeste, Paranaíta, Barra do Bugres e Nortelândia
Fonte: mt.gov.br