O advogado de defesa da vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), Julier Sebastião, citou adjetivos como: fakenews, oportunismo e machismo nas denúncias levantadas contra a parlamentar, investigada por quebra de decoro. Em entrevista à Rádio Cultura FM, Sebastião revelou que o repasse da Verba Indenizatória entre contas do partido não configura como ilegalidade, ou desvios, pois o uso das verbas foram usadas com o próprio gabinete.
“nós estamos tratando de uma verba própria destinada a custear as atividades do mandato. Para facilitar isso a Câmara de Cuiabá instituiu duas verbas indenizatória, uma para vereadora e outra a chefe de gabinete. No que se refere a sua finalidade, a verba é única, não tem lógica nenhuma dar verba para chefe de gabinete se não for em razão do mandato […] O aconselhado é se fazer pagamentos por banco, por meio de transferências bancárias”, disse o advogado.
Ainda na entrevista, Julier afirmou que não existe indícios de “rachadinha” envolvendo o uso das verbas e explicou que não houve desvios do recurso ligados as atividades parlamentares: “Rachadinha é dividir salário de servidor, e isso não é objeto da denúncia, isso é crime. É uma discussão sobre o uso indevido da verba indenizatória. Nós estamos na era da fakenews, você pode chamar qualquer coisa de: qualquer coisa, vai para frente e depois você que tem que se virar. Não há rachadinha. E sim a utilização indevida por parte de órgão da imprensa e vereadores do município em caracterizar uma situação normal como prática criminosa”, revelou Julier.
Defendendo a tese da vereadora em citar violência de gênero política, o advogado afirmou que o legislativo municipal é um ambiente machista e que a polarização nacional trouxe os ataques para Cuiabá visando as eleições de 2024.
“Do ponto de vista político, ninguém é cego ao analisar a carga que se voltou para a vereadora por ser mulher, negra, uma das poucas representantes femininas na Câmara de Cuiabá e quem conhece a Câmara sabe que é um ambiente machista, misógino, ou seja, um ambiente difícil para uma mulher exercer seu mandato. Evidente que a violência de gênero se faz presente, notadamente perto desses cinco, seis anos que passamos no país”, finalizou o advogado.
Denúncia contra Edna:
Recentemente foi instaurado pela Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, o processo que pode cassar o mandato por quebra de decoro parlamentar. A ação tem como intuito, investigar o suposto ‘desvio’ de Verba Indenizatória (VI), que deveria ter sido destinado Laura Natasha Abreu, sua ex-chefe de gabinete. A comissão aceitou abrir o processo após a Procuradoria Geral de Cuiabá apontar indícios de admissibilidade no requerimento do vereador Luis Claudio (PP).
A Comissão Processante deve se reunir esta semana para formular o cronograma dos trabalhos, destacando que já estão definidas as oitivas dos principais envolvidos no caso: O marido de Edna, William Sampaio, a ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu e o jornalista Romilson Dourado, que denunciou o suposto esquema.
O caso
Edna foi acusada de estar envolvida a um esquema de “rachadinha” após uma reportagem publicada pelo site RD News, afirmar que a vereadora teria se beneficiado, no ano passado, com pelo menos R$ 20 mil em valores ilegais. Comprovantes bancários contidos na investigação, além de áudios e conversas de WhatsApp, mostram que esse montante foi repassado gradualmente à parlamentar pela sua então chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu – que foi exonerada.
Alegou perseguição
Em suas redes sociais, Edna Sampaio fez uma live, para dar seu posicionamento sobre a denúncia de rachadinha. Segundo a parlamentar, desde o início de seu mandato, no ano de 2021, adotou a centralização de verbas indenizatórias em seu gabinete. Conforme Edna, as VIs da chefe de gabinete e da própria vereadora seriam, segundo ela, para custeio de despesas do trabalho legislativo.
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Fonte: unicanews
