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Juíza mantém tornozeleira em advogado que tentou matar ex, destacando sua vulnerabilidade

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Conteúdo/ODOC– A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, prorrogou por mais 90 dias o uso da tornozeleira eletrônica imposta ao advogado Nauder Júnior Alves Andrade, acusado de tentativa de feminicídio contra a ex-namorada. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (19).

O crime ocorreu no dia 18 de agosto do ano passado em um condomínio da Capital. A vítima foi agredida com socos, chutes e golpes de barra de ferro, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). O advogado nega.

Nauder foi solto em maio deste ano por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, mediante o cumprimento de algumas medidas cautelares, dentre elas, o monitoramento eletrônico pelo prazo de 90 dias.

O pedido para prorrogação do uso da tornozeleira foi feito pela vítima, que informou não se sentir segura com o acusado sem o equipamento. O MPE se manifestou favorável ao pedido.

Na decisão, a juíza frisou ser necessária a continuidade do monitoramento eletrônico para resguardar a integridade física e psicológica da vítima. “Pelo que se vê, a vítima continua em extrema situação de vulnerabilidade, ao ponto de viver ocultada e presa em seus próprios medos, justamente por temer que sua vida seja ceifada pelo autuado”, escreveu.

“Logo, ao ponderar a gravidade dos fatos (tentativa de feminicídio), aliado ao temor imprimido na vítima e suas consequências e, ainda, o tempo de monitoração remota – 90 (noventa) dias – constato que não há desproporção nem inadequação na imposição e na prorrogação do uso de tornozeleira eletrônica”, acrescentou.

Relembre o caso

Conforme a denúncia do MPE, o casal namorou por 12 anos e a relação sempre foi conturbada por conta do comportamento agressivo do advogado, que seria usuário de entorpecentes.

No dia 18 de agosto, o casal estava na residência da vítima já deitado, dormindo, quando por volta das 3h da madrugada Nauder se levantou e foi até o banheiro, onde teria usado drogas.

Ao voltar para o quarto, diz a denúncia, ele tentou manter relações sexuais com a vítima. Diante da recusa, Nauder teria passado a agredi-la com violentos socos e chutes, além de impedir por horas que ela saísse de casa.

Conforme o MPE,  ele pegou uma barra de ferro usada para reforçar a segurança da porta da residência e passou a golpeá-la e a enforcá-la.

A vítima chegou a desmaiar e, ao retomar os sentidos, aproveitou a distração do namorado para pegar a chave e fugir. Ela buscou por socorro e foi levado para um hospital. Segundo o médico que a atendeu “ela não morreu por ser forte, ou algo sobrenatural explica sua sobrevivência”.

O advogado foi pronunciado  a júri popular por tentativa de feminicídio. A data do julgamento ainda não foi marcada.

Fonte: odocumento

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