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Insatisfação da Polícia Federal com o governo Lula: o que está por trás desse novo foco?

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Via @jornaloglobo | O anúncio feito pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, de uma Medida Provisória para reajustar salários de servidores federais e reestruturar carreiras gerou insatisfação na Polícia Federal (PF). A medida que mais trouxe incômodo à corporação foi a criação de 750 novos cargos nas áreas de Defesa, Justiça e Segurança, com salários que variam entre R$ 9.711 e R$ 21.070.

A leitura dos delegados federais é que o governo Lula tem priorizado setores estratégicos para sua agenda política, como o Ministério da Defesa, que tem os militares sob seu guarda-chuva, e ignorado as demandas da instituição. Integrantes da PF afirmam que, hoje, o sentimento de desprestígio é crescente entre seus servidores.

— A priorização de outros setores põe ainda mais dúvidas se há intenção de atender ao pedido de concurso para os quase 1.800 cargos vagos para policiais federais, o que por si coloca em risco nossa capacidade de enfrentar a criminalidade e proteger a sociedade. É fundamental que o governo federal entenda a gravidade dessa situação e priorize investimentos que fortaleçam a PF em suas atribuições estratégicas. Somos uma instituição essencial para a segurança pública e o combate ao crime organizado no Brasil, mas temos sido sistematicamente negligenciados nas demandas por reforço e estruturação — disse o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro.

Integrantes da PF alegam que, há meses, o órgão solicita reforços para seus quadros administrativo e operacional. O movimento que contemplou o Ministério da Defesa foi considerado uma “nova negligencia” do governo Lula em relação à corporação. A ADPF afirma que o órgão pediu 750 novos postos administrativos, mas recebeu autorização para apenas 190, com salário médio de R$ 5 mil.

A entidade aponta que, desde maio, 1.734 cargos policiais estão vagos, o que tem afetado diretamente a eficiência de operações. Apesar de reiteradas solicitações ao governo para a abertura de um novo concurso público, a associação diz que a PF não recebeu nenhuma resposta sobre o andamento do processo.

Por Bela Megale
Fonte: @jornaloglobo

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