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Feto mumificado há 50 anos pode ser gêmeo desaparecido, sugere obstetra

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O feto mumificado retirado de uma idosa de 81 anos depois de mais 5 décadas da última gestação dela, pode ser um “gêmeo desaparecido”, segundo a ginecologista e obstetra, Suely Rezende. De acordo com familiares da mulher, ela reclamava de dores abdominais desde o nascimento do primeiro filho.

De acordo com a especialista, neste caso, trata-se de uma síndrome que pode acontecer durante uma gestação gemelar. Normalmente um feto absorve o outro, mas, neste caso raro que ocorreu em Ponta Porã, o feto permaneceu no corpo da mulher, até ser completamente calcificado. 

A ginecologista e obstetra Suely Rezende conversou com a do Primeira Página sobre o caso.

Confira no vídeo abaixo:

A ginecologista e obstetra Suely Rezende

Ela alerta que a síndrome do gêmeo desaparecido, também conhecida como vanishing twin syndrome, pode trazer complicações tanto para o bebê que continua sendo gerado quanto para a mãe.

“Pode ocorrer a paralisia cerebral, que é uma das situações que encontramos nessa síndrome”, diz. “E pode também futuramente trazer problemas para essa mãe que continua com este feto dentro do organismo dela”.

Medo de ir ao médico

Daniela Almeida Vera, de 81 anos, morreu após cirurgia para a retirada do bebê mumificado e, segundo uma das filhas, ela não descobriu sobre o caso antes porque tinha medo de ir ao médico. A idosa, que era indígena, dava preferência para tratamentos alternativos. 

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A idosa Daniela Almeida Vera (: Arquivo pessoal)

“Ela era antiga e somos indígenas, ela não gostava de ir ao médico, tinha medo dos aparelhos para fazer exame”, afirmou a filha mais nova da idosa, Rosely Almeida, de 21 anos.

A filha disse ainda que a idosa reclamava de dores há anos. “Quando ela teve o primeiro filho, com outro homem, ela já reclamava dessa dor, isso desde novinha”, lembra Rosely. “Mas a gente nunca desconfiava que era isso”.

A indígena deixou sete filhos e 40 netos.

Análise

Conforme as informações da secretária de Saúde de Aral Moreira, Adriana Veron, uma análise clínica do feto calcificado será realizada. A partir do estudo, será possível descobrir outros detalhes sobre o feto, como o tempo que ele ficou na barriga de Daniela.

Em , o hospital informou que:

“O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, de Ponta Porã (MS), informa que a paciente citada deu entrada à unidade em (14/03) apresentando infecção grave. Dez dias antes da internação, a paciente sofreu queda e permaneceu, segundo relato próprio, com dores e mal-estar – optando por procurar os serviços hospitalares apenas na semana seguinte. A paciente foi regulada do município de Aral Moreira, transferida via sistema CORE, em estado gravíssimo, onde após sua chegada foi direto para a sala vermelha para intubação orotraqueal e coma induzido.

Após realização de exames, durante tomografia computadorizada foi diagnosticada presença de feto calcificado – condição rara chamada de litopedia, consequência de uma gravidez ectópica (gestação em que o óvulo fertilizado é implantado fora do útero) que evolui para morte fetal e calcificação. A partir da infecção constatada, equipe médica da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) decidiu pela realização cirúrgica de emergência, com a finalidade de remover o feto e controlar o processo infeccioso. Vale ressaltar que em virtude da Sepse apresentada – doença potencialmente grave desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção -, a cirurgia foi adotada como medida para tentar impedir o óbito da paciente, no entanto, sem sucesso.

A direção e profissionais do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto lamentam o falecimento da paciente e se solidarizam com familiares e amigos. Importante pontuar que a unidade manteve acolhimento e diálogo com os familiares, que ainda podem contar com apoio psicológico do hospital”

Fonte: primeirapagina

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