Aline Almeida
Única News
Um dia depois de obter liberdade em decisão da Justiça Federal, a doleira Nelma Kodama, de 57 anos, falou ao GLOBO sobre as acusações de tráfico de drogas e organização criminosa das quais é alvo. Ela acredita que só foi presa pela polícia Federal (PF) por ser famosa. “Fui apresentada como se fosse um troféu”, alega. A doleira conseguiu liberdade, mas fará uso de tornozeleira eletrônica.
Nelma foi um dos alvos da Operação Descobrimento, da Polícia Federal, que investiga um esquema de tráfico internacional de cocaína.Segundo a denúncia do Ministério público Federal, seria Nelma quem intermediaria a distribuição dessa droga na Europa. Ela diz que foi presa injustamente por conta de sua relação com o lobista mato-grossense Rowles Magalhães. Rowles foi ex-assessor especial da gestão Silval Barbosa e se tornou conhecido ao denunciar, em 2012, um esquema de pagamento de propina referente à licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
‘Na delegacia, me mostraram uma foto do meu ex-namorado (Rowles Magalhães Ferreira da Silva) e afirmaram que eu estava envolvida nos crimes dele’, diz na entrevista ao jornalista Ullisses Campbell do Jornal O Globo.
‘Eu me apaixonei perdidamente. O Rowles disse que era do agronegócio no Mato Grosso, fiquei muito envolvida. Ele transava muito bem, carinhoso, rico e bonito. Que mulher não se apaixonaria? Não percebi evidências de que ele era um golpista. Ele me apresentou as filhas, a mãe e fui me enfeitiçando cada vez mais. Me deixando dominar. Mas, na verdade, ele era um picareta, canalha mesmo. Quando descobri que ele não prestava, rompi o namoro. Alguns meses depois, veio essa operação da Polícia Federal e acabei presa pelos crimes que esse calhorda cometeu’, completou.
Entenda
A Operação Descobrimento, da Polícia Federal (PF), foi deflagrada em 2022, após uma investigação iniciada em 2021, quando um jato executivo de uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Foram encontrados 595kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave. A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
A Operação cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco, além de mandados em Portugal. Além de Nelma, foram alvos o lobista Rowles Magalhães e o ex-secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borgato.
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Fonte: unicanews