Mato Grosso do Sul ficou entre os estados mais secos do país, na quinta-feira (6), e Campo Grande entre as cinco capitais com a menor umidade relativa do ar, com apenas 28%. O recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é 60%. A baixa umidade do ar causa diversos problemas de saúde, mas é possível se adaptar para minimizar esses efeitos.
Para amenizar os prejuízos do tempo seco, a atendente Dayane Mendonça, de 39 anos, capricha na hidratação e nos cuidados com os filhos, Gael, de 10 meses, e Fernando, de 10 anos.
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“Olha, eu tô tomando bastante água, né? Fazendo a lavagem fisiológica com soro no nariz, né? O mais novo teve virose, né? Daí eu levei ele no posto e eles falaram para fazer muita lavagem nasal, né? E muita água. Olha, medida de proteção em casa é a lavagem, é o soro, né?”, disse Dayane.
A dona Ivanir Alves, de 72 anos, e o seu Francisco Cardoso, também de 72, também estão sentindo na pele os efeitos dessa secura.
“E aí, a garganta irrita, né? Então eu tomo muita, muita água e água com limão. Eu umidifico o ar, molho uma toalha grossa de banho, e ponho na cabeceira da cama”, explica Ivanir. Seu Francisco acrescenta: “A garganta seca, começa a falta de líquido. Isso que eu acho muita falta”, diz ele, afirmando que não deixa a hidratação de lado. “Se deixar eu tomo dez litros d’água.”
Carla Matias, de 51 anos, artesã e designer de interiores, faz corrida todos os dias no Belmar Fidalgo e tem uma estratégia para aguentar o calor e os dias sem chuva.
“Eu bebo mais água, proteção, filtro solar, e é isso, não parar a sua atividade. Então, eu estou com camisa de manga longa, proteção UV, eu uso até no verão, apesar de ser quente. Você faz um sacrifício, porque é um pano bem maior, aí você coloca, se protege, como dá. Passa o protetor e bebe muito líquido, muita água. É o jeito, né?”, relata Carla.
Caliste Filho, de 69 anos, também adepto de exercícios físicos matinais no Belmar Fidalgo, adapta seu horário conforme a meteorologia.
“Eu geralmente venho às 8 horas, mas quando o sol já começa a incomodar, eu saio. Outro detalhe é que eu evito, quando está muito sol quente, fazer qualquer atividade física”, diz seu Caliste.
Tempo seco exige cuidados
O período de seca exige cuidados especiais. É comum nesta época do ano ocorrer o aumento de doenças respiratórias em razão do ressecamento das mucosas, conforme explica o médico alergista e imunologista Celso Tabosa.
“A umidade relativa do ar ideal para a nossa saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde, deve ser em torno de 50 a 60%. Quando estiver abaixo de 30%, já se torna agressivo à nossa saúde. Pode causar ressecamento de mucosa, ressecamento da pele, sangramento nasal, e problemas respiratórios como asma, rinite alérgica e sinusite”.
Celso Tabosa, médico alergista e imunologista.
As queimadas também representam um grande problema. A cozinheira Giselma de Souza, de 46 anos, que sofre de rinite alérgica, enfrenta dificuldades diárias devido a um vizinho que queima lixo constantemente.
“A gente não tem nem muito o que proteger, né, porque a fumaça entra por tudo quanto é canto. Eu tenho rinite alérgica, tem hora que eu não consigo respirar direito. Acontece que a gente fica sufocado, né? Fica num sufoco bravo. É difícil, né? E lá tem uma que queima todo dia. Ela junta as folhas e queima toda hora. Por que não pega e põe no lixo?”, desabafa Giselma.
A inalação de fumaça traz sérios prejuízos à saúde. A formação de monóxido e dióxido de carbono, além de outras substâncias tóxicas, pode levar a uma intoxicação aguda, especialmente em portadores de asma e rinite.
Celso Tabosa tem outras orientações para quem precisa se proteger:
“Deve manter a casa fechada para não ficar entrando a fumaça. Usar umidificadores ajuda bastante, mas é preciso manter o aparelho limpo e trocar a água todos os dias para evitar a proliferação de fungos e bactérias. Além disso, é importante manter-se hidratado, tomando bastante água e sucos de frutas naturais, e consumir muitas frutas para hidratar o organismo”, recomenda Tabosa.
Fonte: primeirapagina
