– A esposa e a filha do desembargador João Ferreira Filho, Maria de Lourdes Guimarães e Alice Terezinha Artuso, foram obrigadas a entregar seus passaportes e estão proibidas de deixar o país. As duas foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (21), sob suspeita de intermediarem a lavagem de dinheiro proveniente da venda de decisões judiciais.
A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o afastamento das duas de seus cargos públicos, além de impor medidas cautelares ao desembargador João Ferreira Filho, que já está afastado de suas funções por envolvimento no suposto esquema.
Na decisão, Zanin atendeu ao pedido da PF com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), autorizando busca e apreensão em endereços ligados a Alice Terezinha Artuso. A servidora é acusada de receber R$ 1,8 milhão de uma empresa vinculada ao advogado Roberto Zampieri, além de realizar transações suspeitas, como o pagamento de uma motocicleta Harley Davidson no valor de R$ 25 mil, supostamente em benefício do desembargador.
Outra movimentação identificada foi o pagamento de um boleto de R$ 275 mil para uma empresa do setor imobiliário, também em favor de João Ferreira Filho. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou diversas aquisições e vendas de imóveis relacionadas ao desembargador e sua esposa, o que reforça as suspeitas de lavagem de dinheiro.
Com base nos indícios, o ministro Zanin determinou o bloqueio de valores de até R$ 1,8 milhão do desembargador e das servidoras. Também foi imposto que Alice Terezinha e Maria de Lourdes não podem acessar ou ingressar no prédio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) nem nos sistemas da Justiça estadual.
A PF apreendeu celulares, tablets, computadores e outros dispositivos eletrônicos para coleta de provas e realizou a quebra de sigilo telemático. As servidoras deverão solicitar autorização judicial caso precisem mudar de endereço.
Apesar das evidências, o ministro Cristiano Zanin rejeitou o pedido de prisão preventiva de João Ferreira Filho, argumentando que as medidas cautelares adotadas são suficientes para evitar novas práticas criminosas e garantir a aplicação da lei.
Fonte: odocumento