Considerado o maior desastre ambiental urbano do Brasil, os afundamentos do solo de completaram cinco anos em março de 2023. O desastre atinge uma área equivalente a 20% do território da cidade. Cerca de 60 mil pessoas tiveram de deixar suas residências na capital alagoana por causa da atividade de mineração da .
1. Quando começou o desastre em Maceió?
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, os primeiros danos no solo em Maceió foram registrados depois dos tremores de terra que atingiram a cidade no dia 3 de março de 2018. O terremoto foi de apenas 2,4 pontos na escala Richter, mas forte o bastante para provocar rachaduras em diversos imóveis.
Os danos atingiram mais de 14 mil casas, apartamentos e estabelecimentos nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
2. O que provocou os tremores e afundamentos do solo?
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, os tremores de terra e o consequente afundamento do solo na capital alagoana foram provocados pelas atividades de mineração da Braskem — em uma área de falha geológica.
3. O que aconteceu em Maceió depois dos primeiros tremores?
As famílias que viviam nas áreas atingidas tiveram de deixar a região, diversos estabelecimentos comerciais fecharam, e hospitais foram relocados. Uma consequência direta no mercado imobiliário de Maceió foi a desvalorização dos imóveis.
Em janeiro de 2020, a Braskem firmou um acordo com uma força-tarefa formada pelos Ministérios públicos Federal e Estadual e Defensorias Estadual e da União. O objetivo era processar a indenização dos proprietários de cerca de 14,5 mil casas.
A empresa de mineração também ficou responsável pela estabilização e monitoramento do fenômeno geológico que atinge a cidade de Maceió.
4. O que causou o novo alerta na capital de alagoas?
Na última quarta-feira 29, a Defesa Civil de Maceió fez um alerta: uma das minas da Braskem está sob risco iminente de colapso. Isso fez com que a população que residia próxima à área afetada, no bairro de Mutange, fosse orientada a deixar o local o mais rápido possível.
A prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por um período de 180 dias.
Medidas de emergência foram adotadas na região, incluindo a preparação de abrigos para os quais as famílias deslocadas foram enviadas. A Braskem informou que suspendeu as atividades na área de resguardo “em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento”.
5. Quando finalmente o solo de Maceió será estabilizado?
Ainda de acordo com o jornal supracitado, a atividade de mineração em Alagoas deixou um rastro de impactos geológicos e ambientais que ainda está em curso. Em Maceió, a possibilidade de outros tremores e afundamento não está descartada.
Segundo o geólogo Pedro Cortês, o cenário na região deve criar uma cidade fantasma. Isso porque o local afetado pelo fenômeno geológico dificilmente será utilizado no futuro.
Fonte: revistaoeste