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Canal Gêmeos Investem processa Google Brasil por remoção injusta de vídeo educativo no YouTube: entenda o caso

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VIRAM ESSA? 😳 O canal
Gêmeos Investem
(@gemeos.investem), focado em conteúdos sobre educação financeira e investimentos, representado
pela advogada Larissa Spezzia Serppa (@larissaspezzia), obteve uma vitória judicial contra a
Google Brasil Internet LTDA. A ação, protocolada na comarca de São Bernardo do Campo, resultou na
condenação da gigante tecnológica ao pagamento de danos morais e lucros
cessantes, após a remoção arbitrária de um vídeo do
YouTube que
abordava os riscos financeiros de jogos de azar online.

Além de
questionar a exclusão do vídeo, o canal também destacou prejuízos à
liberdade de expressão e à
atividade econômica decorrentes da decisão unilateral da plataforma.

Contexto jurídico

A ação trouxe à tona debates fundamentais sobre a liberdade de expressão, a
aplicação do
Código de Defesa do Consumidor (CDC)
nas relações contratuais digitais e os limites do Marco Civil da Internet. A
empresa autora sustentou que, como usuária da plataforma, possui direitos
garantidos por uma relação de consumo. Argumentou ainda que a remoção do
conteúdo violou o artigo 19 do
Marco Civil da Internet, que exige ordem judicial específica para exclusão de publicações, salvo em
casos excepcionais, como a veiculação de cenas de nudez.

Sobre o caso

A empresa Gêmeos Investem, gerida pelos irmãos
Mateus e Renan Mizobe Massi, opera um canal no YouTube com
mais de 1,6 milhão de inscritos e dedica-se a oferecer conteúdo sobre
educação financeira. O vídeo censurado realizava uma análise do jogo
Fortune Ox, apontando-o como arriscado e de baixa garantia de retorno financeiro. A
intenção, segundo a autora, era educativa, alertando os espectadores sobre os
perigos associados ao investimento em jogos de azar.

O YouTube justificou a remoção do vídeo alegando violação de sua política de
“Venda de Produtos ou Serviços Regulamentados”. Contudo, a medida foi
acompanhada de uma suspensão temporária de sete dias da conta, restringindo a
publicação de novos conteúdos e causando impacto direto na monetização do
canal, bem como na relação com patrocinadores.

A advogada Larissa Spezzia Serppa destacou a ilegalidade da medida,
afirmando que o conteúdo não promovia o jogo, mas sim alertava sobre os
riscos. Além disso, a remoção foi realizada sem notificação clara, o que
configuraria violação aos princípios da boa-fé contratual previstos no
artigo 422 do Código Civil.

Decisão judicial e cumprimento de sentença

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Google Brasil ao pagamento de
indenização por danos morais e lucros cessantes. A decisão reconheceu que a
remoção do vídeo prejudicou a atividade econômica da autora e configurou
censura indevida, ferindo os princípios constitucionais da liberdade de
expressão e do exercício de atividades econômicas.

Atualmente, o caso encontra-se em fase de cumprimento de sentença, momento
processual destinado à execução da condenação, incluindo o pagamento das
indenizações determinadas. A condenação representa um marco importante para
criadores de conteúdo digital, reforçando a necessidade de respeito às normas
legais pelas plataformas de tecnologia.

Argumentos jurídicos apresentados

  1. Relação de consumo: A autora argumenta que a relação entre o canal e
    o YouTube configura uma relação consumerista, regida pelo CDC. A advogada
    cita precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reconhecem
    provedores de internet como fornecedores de serviços.
  2. Liberdade de expressão: O canal afirma que o vídeo censurado tinha
    caráter educativo, alertando sobre os riscos financeiros de jogos de azar.
    Sua remoção seria, portanto, um ato de censura, violando o artigo 5º,
    incisos IV, IX e XIII, e o artigo 220 da Constituição Federal.
  3. Marco Civil da Internet: A exclusão do conteúdo foi considerada
    contrária ao artigo 19 da Lei nº 12.965/2014, que condiciona a remoção de
    conteúdos à determinação judicial específica, salvo situações
    excepcionais.
  4. Danos morais e lucros cessantes: O tribunal reconheceu os prejuízos
    financeiros e danos à imagem do canal diante da suspensão temporária. A
    sentença determinou o pagamento de indenização por danos morais e lucros
    cessantes, considerando o impacto econômico e a perda de engajamento com o
    público e patrocinadores.

Considerações finais

A decisão representa um importante precedente jurídico ao reafirmar que
plataformas digitais não podem atuar de forma arbitrária, especialmente em
casos que envolvem liberdade de expressão e impacto econômico. Para o canal
Gêmeos Investem (@gemeos.investem), a condenação simboliza não apenas a reparação pelos prejuízos sofridos,
mas também um alerta para maior transparência e conformidade das plataformas
com o ordenamento jurídico.

O caso ressalta os desafios de se equilibrar o poder das plataformas digitais
com os direitos de seus usuários, servindo como exemplo para futuras disputas
judiciais nesse âmbito.

  • Número do Processo: 1034704-76.2023.8.26.0564
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