Mato Grosso já registrou 38,13% mais focos de queimadas nos primeiros seis meses de 2024 do que no mesmo período de 2020. Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Conforme a plataforma, que disponibiliza informações sobre incêndios florestais captados por satélites em todo o país desde 1998, de 1º de janeiro deste ano até esta terça-feira (25) foram registrados 757 focos de queimada no Pantanal mato-grossense. No mesmo período de 2020, foram 548 focos.
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Nem de longe a situação se compara com os números de Mato Grosso do Sul. De 1º de janeiro a 25 de junho deste ano foram registrados 2615 focos de queimada. Em 2020, o estado vizinho registrou, no mesmo período, um total de 1975 focos no mesmo período.
Naquele ano, 30% do Pantanal foi consumido pelos incêndios florestais, que mataram aproximadamente 17 milhões de animais. A grande questão é que a maior parte dos incêndios registrados em 2020 ocorreram entre os meses de agosto e setembro, quando o tempo é ainda mais seco na região.
Para evitar que a tragédia se repita, em Mato Grosso, o Governo do Estado antecipou o período proibitivo do uso do fogo na região para a última segunda-feira (17). Conforme o decreto estadual, esse prazo se encerra apenas em 31 de dezembro.
Uma das razões para isso é a escassez de água na Bacia do Rio Paraguai, apontada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, assim como os impactos dos fenômenos El Niño e La Niña, que produziram uma seca extrema na região. Sem a umidade do solo, a vegetação se torna mais seca, o que facilita a propagação das chamas.
“Estamos entrando em um período muito complicado, que favorece a propagação dos incêndios, então precisamos que as comunidades tenham consciência do perigo do fogo e tenham muito cuidado”, disse a comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel Pryscilla de Souza.
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Além disso, as autoridades estaduais deram início à Operação de Combate aos Incêndios Florestais no Pantanal, em uma parceria das Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Segurança Pública (Sesp), com o intuito de prevenir os incêndios.
“O objetivo é trabalhar preventivamente, atuando com todas as forças já disponíveis, ainda no início dos primeiros incêndios, para evitar cenários de desastre no futuro”, explicou a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti.
Entre as ações preventivas está aplicação de mais de R$ 39 milhões em multas para quem provocar queimadas ilegais. Também foram formados 50 brigadistas na região da Transpantaneira em Poconé, Cáceres, Barão de Melgaço e São Pedro de Joselândia.
Um mapeamento das pistas de pouso e dos pontos de captação de água na região foi realizado pela Defesa Civil. Além disso, as equipes do Governo do Estado fizeram vistorias de tráfego na Transpantaneira, para apoio logístico durante o período proibitivo, e reuniões com os donos de hotéis e pousadas na região para a articulação de ações integradas. Conforme os bombeiros, quando surge um foco de incêndio a resposta imediata, feita em até duas horas, é determinante para o seu combate.
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O efetivo do Corpo de Bombeiros na área, formado por 50 bombeiros além dos 150 brigadistas contratados, já está distribuído nas cidades de Poconé, Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento e Cáceres. O objetivo é cobrir especialmente as unidades de conservação estaduais, como os Parques Estaduais Encontro das Águas e do Guiará, além da Reserva de Patrimônio Nacional do Sesc Pantanal.
Seis aviões serão usados na região durante a temporada da seca. Quatro deles da Defesa Civil, alugados por R$ 8,6 milhões, e dois dos Bombeiros. Ao todo, serão destinados R$ 74,5 milhões para a execução da Operação.
Fonte: reportermt.com