O João Guilherme, com apenas 58 dias de vida, sofreu um engasgo depois de tomar remédio para cólica, em Campo Grande. O final foi feliz graças à agilidade da mãe e de um vizinho bombeiro. A importância em saber sobre o engasgo em bebês podem salvar muitas vidas.
Ouça abaixo a reportagem completa da repórter Vivian Krajewski, da Morena FM 107.1 🎧
“Ele veio a suspirar e teve um engasgo do qual ele sofreu um processo chamado broncoaspiração, que é onde os fluidos vão para o pulmão. Eu tentei fazer a manobra de desengasgo compatível para a idade dele na época, porém, não tive sucesso. Tentei uma segunda vez e também não consegui”.
Monique Viali, mãe do bebê
Assustada, a técnica de enfermagem correu para um vizinho, que foi a primeira salvação.
“Ele já estava mudando de cor, estava ficando arroxeado, com os lábios bem escuros e não esboçando nenhum tipo de reação. Eu saí correndo, e na frente da minha casa, por ventura, morava um bombeiro do qual eu entreguei o meu filho nos braços dele e ele falou ‘esse bebê não é compatível. Vamos te direcionar para o pronto-atendimento, porque ele está em parada respiratória’”.
O bebê sofreu uma pneumonia aspirativa, que é quando o conteúdo inalado produz uma infecção bacteriana. João Guilherme ficou três dias internado. Felizmente, passa bem.
“Hoje ele está um meninão lindo de sete anos, saudável, e é um testemunho de vitória e de renascimento”.
Engasgo em bebês
O engasgo em bebês é uma situação que pode ser muito perigosa. Infelizmente, nem sempre os casos têm finais, como do pequeno José Guilherme.
No dia 19 de janeiro deste ano, um bebê de apenas 3 meses morreu engasgado com leite materno em Campo Grande. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, todos os dias morrem 15 recém-nascidos com asfixia no Brasil somente na primeira semana de vida.
Deste número, 6 são bebês considerados de baixo risco, não são prematuros e nem têm malformações. Isso significa uma morte em cada mil nascidos vivos.
“Na verdade, o engasgo na criança é uma coisa bem frequente. Quanto menor a criança, maior a frequência do engasgo, até por causa da imaturidade dos músculos de deglutição dos bebês. Então os cuidados principais, especialmente durante o primeiro ano de vida, é evitar deixar objetos pequenos perto das crianças, que como eles são na fase oral, colocam tudo na boca, né? Se tiver um brinquedo pequeno, qualquer objeto pequeno que coloca na boca, a chance de engasgar é maior”.
Jorge Felix Costa, médico pediatra, da Sociedade Brasileira de Pediatria
Além disso, a alimentação também merece a atenção dos pais. Segundo o médico, a alimentação durante o primeiro ano de vida deve ser amassada e em pedacinhos bem pequenos.
“Quando for dar um alimento sólido de volume um pouco maior, por exemplo, um pão, um pedaço de carne para criança acima de 8 ou 9 meses, ficar bem atento estar sempre junto à criança para evitar que ela tente deglutir um pedaço maior desses alimentos. Sempre deglutir pedaços pequenos. Então, essa é a profilaxia principal dos engasgos. Lógico, por causa disso, eles são bem mais frequentes do bebêm, na criança pequena”.
Fonte: primeirapagina