Superlotada, a Santa Casa de Campo Grande viu boa parte da demanda aumentar com a internação de pacientes vindos do interior do estado, neste período de Carnaval. O hospital está com aproximadamente 615 pessoas internadas, 70 a mais do que a quantidade de leitos.
Cerca de 25% da demanda foi encaminhada de outros municípios de Mato Grosso do Sul. O serralheiro Edevaldo Nunes dos Santos sofreu um corte na orelha enquanto cortava ferragens, na cidade de Sidrolândia. Uma cadeira no corredor da Santa Casa se transformou no “leito” improvisado do trabalhador.
“É incômodo, mas fazer o quê? Às vezes a gente assiste isso só pela imprensa e hoje sente na pele que é passar uma pessoa que depende da saúde, não só no estado, mas no país. Estou sentado aqui desde ontem, 18h. Complicado”.
Edevaldo Nunes dos Santos.
O trabalhador em serviços gerais Pedro Herculano também teve de ser transferido para o hospital da capital após sofrer um acidente, na segunda-feira (12), enquanto trabalhava, em Dois Irmãos do Burito.
“Nós estávamos trabalhando na fazenda, passando um poste de uma pilha para outra, resvalou e caiu na minha perna um poste de 11 mil quilos. Estou esperando vaga”.
Pedro Herculano.
A terça-feira (13) de Carnaval começou com 19 pacientes em macas, espalhados pelo corredor do pronto-socorro da Santa Casa. A situação é mais crítica na ala da ortopedia, setor em que a Santa Casa de Campo Grande é referência.
A unidade tem 119 pessoas internadas, 37 delas aguardam vagas cirúrgicas. O problema é que outras 12 pessoas aguardam vagas na ala e elas não existem.
“No pronto-socorro estávamos trabalhando com uma média de 7 pacientes aguardando leito, hoje, estamos com 19. Cerca de 60% disso são pacientes ortopédicos. Aqueles pacientes que não são referências exclusivas, eles não devem ser encaminhados. Nós informamos: nós não temos condições de atender mais pacientes”.
William Lemos, diretor técnico da Santa Casa.
Fonte: primeirapagina