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Advogado negro denuncia racismo em evento jurídico de luxo em SP: Fui tratado como um penetra – Impactante relato expõe discriminação no hotel

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Via @portalg1 | O advogado negro José Luiz de Oliveira afirmou ter sido vítima de racismo durante um evento jurídico no hotel Tivoli Mofarrej, na região do Jardim Paulista, Zona Oeste da capital, na manhã desta sexta-feira (20).

Membro da Associação Nacional da Advocacia Negra, Oliveira disse que, depois de ter entrado no evento, um segurança do o abordou, perguntou se ele havia feito o cadastro para estar no espaço e pediu para que o acompanhasse até a entrada.

Em entrevista ao g1, o advogado disse que acredita que sofreu racismo por ser uma das únicas pessoas negras do local, além de usar dreads. “Estou de calça jeans e camisa, a maioria das pessoas está de terno e gravata”, continuou.

“Paguei R$ 100 pelo valor do evento, fui abordado dentro da sala de um lugar que vai discutir questões sobre direitos humanos envolvendo inteligência artificial. [O segurança] me tratou como se eu fosse um penetra”, lamentou.

Em nota, o hotel Tivoli Mofarrej disse que o segurança seguiu “os procedimentos padrões de controle de acesso” e que José foi orientado a colocar a credencial do evento em local visível (leia íntegra abaixo).

Ele contou que vai registrar um boletim de ocorrência eletrônico sobre o caso e vai processar tanto o hotel quanto a organização do evento, promovido pela Universidade Santo Amaro (Unisa) sob coordenação de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.

Discussão com o segurança

Depois de ter sido abordado, Oliveira começou a filmar a interação entre ele e o segurança. Na gravação, é possível ouvir o advogado questionando o motivo de ter sido abordado.

“Por que eu? Tem algum problema? Tem alguma coisa diferente? Lógico que eu fiz o cadastro, você acha que eu sou o quê?”, questionou José.

Diante da gravação, o segurança pediu calma, se desculpou, disse que estava apenas fazendo seu trabalho e afirmou que também abordou outras pessoas.

Momentos depois, o advogado confrontou o segurança e o chamou de racista.

Em outro , José relatou a sua visão sobre o que havia acontecido: “Na verdade, ele me olhou e acreditou que eu não poderia estar aqui, eu tenho certeza. Tanto que ele veio direto em mim. O local lotado, ele veio direto, unicamente na minha pessoa”.

g1 procurou a Unisa e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O que diz o hotel Tivoli Mofarrej

Em nota, o hotel Tivoli Mofarrej disse:

“O Tivoli Mofarrej São Paulo esclarece que, na última sexta-feira (20), durante o evento “Impactos Setoriais da Inteligência Artificial”, foram seguidos os procedimentos padrões de controle de acesso, aplicados sem distinção pela equipe de segurança do hotel em todos os .

O hotel informa que, para acesso a qualquer evento, é necessário o uso de credencial em local visível por todos os participantes. O denunciante não estava utilizando a credencial e foi orientado a colocá-la pela equipe de segurança, como todos os participantes. Entretanto, o mesmo questionou a orientação e se recusou a colocar a credencial, ingressando normalmente no evento mesmo após a orientação.

O Tivoli Mofarrej São Paulo acredita no respeito e na diversidade, e estamos profundamente comprometidos com a inclusão em todos os nossos espaços”.

*Sob supervisão de Gustavo Honório

Por Aline Freitas
Fonte: @portalg1

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