O debate sobre o Axé Music está movimentando a internet e artistas nos últimos meses. No programa da TV Brasil, Sem Censura, Carlinhos Brown falou sobre o movimento musical e deu sua opinião sobre a pauta de intolerância religiosa dentro do mesmo: “O axé music é ecumênico, (…) o axé cabe tudo porque de tudo cantou”, disse ele.
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Nesta semana, o programa Sem Censura, apresentado por Cissa Guimarães, está sendo gravado em Salvador e está também prestando homenagens aos 40 anos da axé music. Na última terça, participaram do vespertino Ivete Sangalo, Márcio Victor e a escritora e ativista Maíra Azevedo, a Tia Má.
No programa, os artistas e a escritora levantaram a pauta da intolerância religiosa no movimento musical e foram taxativos quanto a origem do mesmo ser dentro dos terreiros das religiões de matriz africana, através dos ogãs que tocam os atabaques dos cultos religiosos.
No dia seguinte, foi a vez de Carlinhos Brown participar do programa junto com a cantora Sarajane. Ele fez questão de voltar ao assunto debatido no dia anterior. Para Brown, no axé “cabe tudo”, inclusive o culto a outras religiões e deu como exemplo a festa da Lavagem do Bonfim, onde as religiões diferentes são celebradas conjuntamente:
“Vi várias discussões aqui sobre a força do axé. O axé ecumênico, é democrático. É sincrético nos ritmos também. Cabe tudo, o axé canta de tudo, porque cantou de tudo. Nosso querido Ademar fazia ‘Ave Maria’ de uma forma linda, os cânticos de Sarajane. Olha só quando a gente vai pra procissão do Bonfim!”
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Vale lembrar que, em 2016, Carlinhos Brown participou do documentário “Axé: Canto do Povo de Um Lugar” , onde afirmou que o “pai espiritual do axé” era o orixá Omulu. No mesmo filme, outros artistas como É o Tchan, Luiz Caldas e Márcio Victor falaram também sobre a origem do termo e concordavam com a origem: “todo mundo é da macumba”.
Intolerância religiosa na axé music, Pedro Tourinho e Claudia Leitte
Carlinhos Brown é um dos grandes representantes da axé music e também um dos percussores do movimento musical, tendo passado por grandes bandas, como Acordes Verdes, e criado outros grupos como a Timbalada.
Neste ano, o axé music completa 40 anos desde sua criação e surgimento. Em meio as celebrações da data, que de fato é muito importante para a cultura da Bahia e mais especificamente de Salvador, o atual secretário de cultura e turismo da cidade, Pedro Tourinho, levantou a pauta da intolerância religiosa dentro do axé.
Segundo Tourinho, o movimento deve ser celebrado, mas sem deixar de lado quem mais fez pelo mesmo: os artistas pretos, derivados de religiões de matriz africana. Ele ainda reiterou ser contra artistas que se beneficiam do movimento, mas trocam nomes de entidades religiosas, como os orixás, por outras palavras, salientando a intolerância.
À época deste posicionamento do secretário, muitos internautas apontaram uma indireta para a cantora Claudia Leitte, abertamente evangélica, e que já trocou o nome de Iemanjá por Yeshua em uma das músicas de seu catálogo.
Fonte: portalpopline