O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Dominic Raab, anunciou sua renuncia nesta sexta-feira, 21, após uma investigação independente sobre queixas de que praticava bullying e assédio moral contra funcionários. A perda do terceiro membro sênior do governo por condutas pessoais impróprias em apenas seis meses coloca ainda mais pressão sobre os esforços do premiê Rishi Sunak de passar credibilidade e integridade.
Raab renunciou em uma carta a Sunak antes que o relatório sobre as práticas de bullying fosse publicado. “Pedi o inquérito e comprometi-me a renunciar se fosse constatado qualquer tipo de intimidação”, diz o documento. “Eu acredito que é importante manter minha palavra”.
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Em resposta, Sunak disse ter aceitado a renúncia com profunda tristeza, mas que é importante que ministros sigam os mais altos padrões. Na prática, Raab não tinha poderes formais como vice-premiê, mas substituía Sunak em casos de ausência no Parlamento.
A renúncia, no entanto, é vista como um passo muito pequeno para melhorar a percepção pública do governo após escândalos de festas privadas que derrubaram Boris Johnson e as políticas econômicas fracassadas que derrubaram Liz Truss.
Na semana passada, o Comissário de Normas do Parlamento do Reino Unido abriu uma investigação sobre o próprio Sunak. Um porta-voz de Sunak disse à agência de notícias Reuters que o inquérito está ligado à participação de sua esposa, Akshata Murthy, em uma empresa de cuidados infantis.
O partido Liberal Democrata, parte da oposição ao governo do Partido Conservador, pediu uma investigação depois que a mídia britânica revelou que a primeira-dama, filha do bilionário Narayana Murthy (apelidado de “Bill Gates indiano”), era acionista de uma empresa que se beneficiaria de uma política de financiamento para creches, anunciada no orçamento de março.
Fonte: Veja