Em um momento revolucionário da medicina, uma paciente fez um transplante de traqueia e o novo órgão foi impresso em 3D. Vai ciência!
A mulher, de 50 anos é da Coréia do Sul e não teve seu nome divulgado. Ela está se recuperando no Hospital St Mary’s após um câncer de tireóide. Além de ser impressa em 3D, a nova traqueia também leva células-tronco de uma outra pessoa.
O novo órgão também tem cartilagem e um revestimento mucoso. Já a parte da traqueia em 3D leva policaprolactona (PCL) e uma biotinta. Diferente da tinta convencional, a biotinta carrega células vivas necessárias para criar tecidos vivos na bioimpressão 3D.
12 horas de cirurgia
A traqueia foi feita no tamanho específico para o paciente.
Primeiro a equipe coletou dados de tomografia computadorizada e ressonância magnética da mulher.
O transplante foi feito em uma cirurgia que durou 12 horas.
Uma impressora especial, que imprime estruturas tubulares ocas com alta precisão, foi a máquina que permitiu que os cientistas criassem um órgão tão personalizado.
“Embora seja muito cedo para dizer que a bioimpressão 3D poderia ser a solução para a atual escassez de órgãos para transplante, isso definitivamente aumenta as esperanças de resolver parcialmente problema para alguns órgãos ou algumas indicações específicas, ou pelo menos preencher a lacuna entre o clássico dispositivos médicos e transplante de órgãos”, disse Paulo Marinho, chefe de estratégias científica da T&F Biofab, equipe responsável pela impressora.
O procedimento também envolveu pesquisadores da Universidade Católica da Coréia e da Universidade de Gachon.
Câncer de tireóide
A equipe que trabalhou no processo envolveu cientistas, médicos e engenheiros.
A mulher de 50 anos perdeu parte da traqueia após uma cirurgia para remover o câncer de tireoide.
Com o conhecimento de diversas áreas, a traqueia foi adaptada para que o corpo da mulher não rejeitasse o novo órgão.
De que é feita?
As células-tronco nasais e células de cartilagem foram obtidas depois de um descarte de um outro procedimento para tratar congestão nasal de um outro paciente.
Já o PCL, é biodegradável e tem um tempo de validade.
Aquele usado no processo tem duração de 5 anos, tempo necessário, segundo os pesquisadores, para que o corpo da paciente ajude a regenerar sua própria traqueia.
A traqueia em 3D também pode revolucionar o tratamento de acidentes com câncer de tireoide, anomalias congênitas ou traumas no órgão.
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Sem imunossupressor
Outra grande vantagem do processo foi a ausência de medicamentos imunossupressores.
Os imunossupressores são medicamentos que evitam a rejeição do órgão transplantado.
Seis meses após o procedimento, a traqueia está cicatrizando muito bem e novos vasos sanguíneos estão começando a se formar no local.
Com informações de Science Focus.
Fonte: sonoticiaboa