Encharcar a comida no molho de soja, misturar o arroz com os acompanhamentos, deixar o hashi na parte superior da tigela: muitas atitudes podem ser entendidas como falta de educação na culinária japonesa. Porém, nenhuma delas chega perto da onda que vem sendo chamada de “terrorismo do sushi”.
Vídeos de clientes de restaurantes japoneses do estilo “kaitenzushi”, estabelecimentos que servem os pedidos por meio de uma esteira rolante, estão circulando nas redes sociais e apavorando os frequentadores desses locais. Nos clipes, outros clientes se filmam enquanto pregam peças com a comida de outras pessoas.
Um dos vídeos mostra um adolescente lambendo a tampa aberta de uma garrafa de molho de soja comum e toda a borda de uma xícara de chá, que ele coloca de volta na prateleira. O jovem ainda lambe os dedos e mexe em sushis, encomendados por outro cliente, que passavam na esteira.
O clipe foi filmado em um restaurante da rede Sushiro na cidade de Gifu, na região central do Japão, e fez com que as ações da controladora do restaurante caíssem quase 5% na terça-feira 31. De acordo com a Sushiro, o adolescente se desculpou, assim como seus pais, mas a empresa entrou com processos criminais e civis.
O “crime culinário” tem cerca de 40 milhões de visualizações no Twitter, mas não é o único que circula nas redes. Outros vídeos mostram jovens colocando wasabi em pedaços de sushi que passam pela esteira e lambendo a colher de um recipiente de pó de chá verde, que é usado coletivamente no restaurante.
Outras redes de restaurante com sushi na esteira, Hama Sushi e Kura Sushi, também planejam tomar ações judiciais. Além disso, prometeram instalar câmeras acima das esteiras para monitorar a comida dos clientes, de acordo com a agência de notícias Jiji.
Nas redes sociais, a comoção entre os japoneses foi grande.
“Eu vou regularmente pra restaurantes kaitenzushi e por isso gostaria da interdição da loja”, escreveu um usuário do Twitter revoltado. “Além disso, estamos em uma pandemia ainda”, acrescentou outra internauta, preocupada com o perigo de transmissão do vírus Covid-19”.
O cantor Yuya Tegoshi também veio a público falar sobre o caso e se sensibilizou pelos funcionários dessas redes de restaurantes.
“Sempre quis ir ao Sushiro, mas não consegui porque está sempre lotado”, disse no Twitter. “Mas a situação agora é absolutamente pior para eles, então definitivamente irei visitá-los”.
Em resposta, o presidente da empresa, Kohei Nii, disse que “estou tão grato que poderia chorar”.
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Fonte: Veja