A Justiça federal do Brasil determinou o sigilo nas investigações que envolvem soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos, que estava de férias no país, acusado de “crimes de guerra”. A decisão foi tomada pela juíza federal Raquel Soares Chiarelli, neste domingo, 5.
A magistrada ordenou que a Polícia Federal realize as diligências requeridas pelo Ministério Público Federal (MPF). A investigação foi solicitada pela Fundação Hind Rajab, que apoia palestinos e acusa o soldado de participação em demolições na Faixa de Gaza, em novembro de 2023.
Segundo o jornal O Globo, o Vagdani decidiu deixar o Brasil neste domingo. A Embaixada de Israel em Brasília acompanhou a viagem do militar de volta ao território israelense. As investigações sobre ele devem permanecer confidenciais.
“Considerando o caráter sigiloso que deve orientar as investigações, determino a anotação de sigilo nos autos e, posteriormente, a intimação da Polícia Federal para realização das diligências investigativas postuladas pelo MPF”, disse a juíza.
Soldado israelense não tem mandado de prisão
Raquel também decidiu dispensar, por enquanto, a prisão do soldado. A notícia-crime foi apresentada no fim de 2024 por advogados que acusam o militar de ser um “criminoso de guerra”.
Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, responsáveis pela ação, dizem que, como signatário de tratados internacionais, o Brasil tem a obrigação de investigar crimes dessa natureza, mesmo que ocorram fora de suas fronteiras.
A decisão se baseia nos princípios da extraterritorialidade e da competência universal, que autorizam o processamento e julgamento de crimes graves independentemente do local onde foram cometidos.
O caso provocou reação em Israel. O congressista Dan Illouz, do partido governista Likud, criticou o Brasil e qualificou o país como “patrocinador de terroristas”.
Essa não é a primeira vez que tensões diplomáticas surgem entre Brasil e Israel.
Promovido pelo ditador Adolf Hitler, o Holocausto matou mais de 6 milhões de judeus na década de 1940. O genocídio ocorreu na Alemanha Nazista.
Fonte: revistaoeste