O chanceler Israel Katz, de Israel, divulgou nesta quarta-feira, 21, um vídeo com o depoimento da brasileira Rafaela Triestman, que estava no festival de música no sul do país quando terroristas do Hamas atacaram o local, em 7 de outubro.
A intenção do ministro foi mostrar ao governo brasileiro as razões que levaram Israel a iniciar uma incursão na Faixa de Gaza, em resposta às atrocidades cometidas pelos terroristas e com vistas a neutralizar as ações do grupo.
A brasileira Rafaela Triestman estava no festival de música Nova quando terroristas do Hamas atacaram Israel, em 7 de outubro.
Rafaela sobreviveu, mas seu namorado Ranani Glazer foi brutalmente assassinado por terroristas do Hamas, juntamente com vários dos seus amigos.… pic.twitter.com/pbUIYbO5hk
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) February 21, 2024
O ministro ainda se mostrava contrariado com as afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, no domingo 18, comparou as ações de Israel em Gaza às de Adolf Hitler e dos nazistas com os judeus no Holocausto.
Na segunda-feira 19, o governante brasileiro foi declarado persona non grata pelo governo de Benjamin Netanyahu. A situação causou uma crise diplomática entre os países, com ambos os embaixadores sendo convocados para ser repreendidos.
“Depois da sua comparação entre a nossa guerra justa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas, a Rafaela tem uma mensagem que o senhor deveria ouvir”, declarou o ministro, pelas redes sociais, em mensagem a Lula.
Rafaela iniciou o vídeo com um relato sobre a mudança dela para Israel, há três anos, e sobre o clima de paz vivido por ela na festa em que foi com seu namorado, Ranani Glazer, antes de eles serem atacados pelos terroristas.
Depois de avistarem uma série de mísseis no céu, Rafaela e Ranani se dirigiram a um bunker público próximo ao local e lá se instalaram. Pouco depois, mais 40 pessoas para lá foram, deixando o local apinhado.
“O Hamas chegou ao nosso bunker“, conta ela. “Eles atiraram bombas de gás, granadas, entraram no bunker e atiraram em todo mundo que estava vivo, que se mexia, atiraram coquetéis molotov, fizeram uma fogueira ao redor da porta, onde queimaram pessoas vivas, sequestraram um menino ao meu lado, uma menina ao meu lado, a estupraram e depois queimaram ela viva.”
Dos 40, dez sobreviveram. Rafaela foi uma das pessoas que não morreram, por ter permanecido sufocada embaixo dos corpos. Rafael, no entanto, morreu. “Eles riam na nossa cara”, descreveu ela.
Críticas à postura do governo brasileiro
Nem a família de Rafael nem qualquer outra vítima brasileira dos ataques terroristas foram contatadas pelo governo brasileiro, segundo a brasileira. O suporte psicológico, material e médico tem sido dado por Israel, conforme ela afirma.
“O governo brasileiro em nenhum momento entrou em contato comigo”, afirma Rafaela no vídeo. Ela ainda completou, referindo-se a outras vítimas, com a afirmação de que o governo também não entrou em contato “com Rafael Zimerman, com Jade Colker, com Ranani Glazer, com a família de Ranani Glazer, que foi brutalmente assassinado no dia 7 de outubro, com a família da Karla [Stelzer Mendes], que foi brutalmente assassinada, com a família da Bruna [Valeanu], brutalmente assassinada. Realmente o governo não foi mobilizado, e nós sentimos que simplesmente se esqueceram da gente.”
Com um tom indignado, ela também criticou o governo de Lula pelas declarações do presidente. Segundo ela, Israel se mantém aberta aos árabes e dá possibilidade de trabalho a palestinos.
“Aqui as pessoas convivem em paz, não há como falar em genocídio”, completou. “O genocídio seria se estivéssemos boicotando empresas palestinas, se estivéssemos indo contra um povo, seria se a população [palestina] tivesse diminuído significativamente, sendo que na verdade ela quintuplicou nos últimos anos.”
Rafaela também ressaltou que, ao contrário do que disse o presidente Lula, Israel tem como prioridade evitar a morte de civis em Gaza.
“Israel faz de tudo para proteger os cidadãos de Gaza, inclusive perde muito dos próprios soldados para que não tenham casualidades a mais.”
Fonte: revistaoeste