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Rússia intensifica preparação para possível ataque à maior usina nuclear da Europa

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As forças militares da Rússia estão reforçando posições defensivas dentro e ao redor da maior usina nuclear da , em Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, diante de uma possível contraofensiva ucraniana, de acordo com a agência de notícias Reuters, com base nos relatos de múltiplas testemunhas.

Ao redor de Zaporizhzhia, novas trincheiras foram cavadas e mais minas foram colocadas. As câmeras de vigilância da usina estão apontando para o norte através de um amplo reservatório em direção ao território controlado pela Ucrânia. Militares russos estão em posição de tiro no topo de alguns dos prédios da usina há vários meses. Redes também foram erguidas em um possível impedimento para drones.

As medidas foram descritas em anonimato por dois ucranianos que trabalham na usina à Reuters. Outros dois moradores da cidade de Enerhodar, próxima à usina, destacaram riscos que a guerra representa para a segurança das instalações.

A empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom também disse que qualquer possível ação militar da Ucrânia representa uma ameaça à segurança nuclear e que o equipamento da usina está sendo mantido adequadamente.

Alguns especialistas alertaram que qualquer dano à usina poderia ter consequências terríveis para as pessoas, a área circundante, a guerra e a indústria nuclear global. Outros analistas, no entanto, não acreditam que as forças ucranianas realizariam um ataque diretamente no local e poderiam, em vez disso, tentar forçar os russos a recuar cortando as linhas de abastecimento.

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“Os reatores nucleares não foram projetados para zonas de guerra e não acredito que possam ser seguros ou protegidos em uma zona de guerra”, disse Nickolas Roth, diretor do think tank Nuclear Threat Initiative, à Reuters.

A preocupação com relação a um ataque está relacionada ao fato da usina nuclear de seis reatores ser a maior de toda a Europa. O órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas diz que a presença e a atividade militar estão crescendo na região, destacando a necessidade de ação urgente. O perigo de um grande acidente já está sendo alertado há meses e, até o final deste mês, a agência planeja apresentar um acordo entre a Rússia e a Ucrânia ao Conselho de Segurança para proteger a área.

A maior ameaça à segurança na usina é que os combates podem cortar a última linha de energia externa necessária para resfriar os reatores da usina. Quando isso acontece, apenas os geradores a diesel de reserva ficam no caminho de um colapso. Esses geradores já foram ativados seis vezes por curtos períodos, quando a energia foi interrompida devido a bombardeios, que a Rússia e a Ucrânia culparam uma à outra.

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A usina fica na margem sul do reservatório de Kakhovka, que serve como uma barreira natural para as terras controladas pela Ucrânia ao norte. Ela e a cidade de Enerhodar são conectadas por uma única estrada principal a Melitopol, a maior cidade ocupada pela Rússia na região sudeste de Zaporizhzhia, que fornece à Rússia um corredor terrestre para a da Crimeia. As forças russas na região já estariam ensaiando exercícios de retirada.

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“Na minha opinião, eles estão se preparando para a evacuação, então estão trazendo tudo em um só lugar para estar pronto para levar tudo e sair de lá”, disse Kotin.

Moscou afirma que a usina nuclear, que fornecia um quinto das necessidades de eletricidade da Ucrânia antes da guerra, agora pertence à Rússia depois que o Vladimir Putin declarou Zaporizhzhia parcialmente ocupada como território russo, junto com outras três regiões ucranianas, em setembro de 2022.

Os reatores da usina foram todos desligados em setembro passado e o número de trabalhadores caiu de cerca de 11 mil funcionários para 6 mil. Cerca de 2.700 assinaram contratos com uma subsidiária russa da Rosatom, que agora opera o local.

Fonte: Veja

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