O governo da Rússia, do presidente Vladimir Putin, informou neste domingo, 8, que o ditador da Síria, Bashar al-Assad, seu aliado de longa data, deixou o país com instruções para membros de seu governo fazerem uma “transição pacífica”. O destino do ditador ainda não é conhecido. .
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que Assad “decidiu deixar o posto presidencial e deixou o país, dando instruções para transferir o poder pacificamente”. A Rússia destacou que “não participou dessas negociações”.
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O governo russo também afirmou: “A Federação Russa está em contato com todos os grupos da oposição síria”. Esse contato pode indicar um esforço para mediar a transição de poder no país.
A Rússia e o Irã são aliados históricos de Assad. Na Primavera Árabe, em 2000, os governos autocráticos dos dois países enviaram ajuda para o ditador derrotar os insurgentes numa sangrenta guerra civil. A repressão aos protestos foi violenta, resultando em centenas de mortes e a migração forçada de mais de 500 mil pessoas.
A guerra civil na Síria no governo de Assad
A guerra civil na Síria teve início em 2011, decorrente dos protestos pró-democracia da Primavera Árabe, quando o regime de Assad reprimiu a revolta, desencadeando um conflito armado.
À medida que o conflito se intensificou, o interesse de várias potências regionais e globais aumentou, incluindo Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia. A Rússia se aliou ao governo de Assad, combatendo o Estado Islâmico e forças rebeldes. Os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional com o objetivo de desmantelar o grupo terrorista.
Em 2020, foi alcançado um cessar-fogo, reduzindo a intensidade dos confrontos, embora a paz duradoura ainda não tenha sido estabelecida. O conflito deixou mais de 300 mil civis mortos e milhões de deslocados, criando uma crise humanitária significativa, segundo a ONU.
A saída de Assad pode ser um marco para a Síria, com a possibilidade de uma transição política que possa trazer paz e estabilidade. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, especialmente o papel que a Rússia e outras potências globais vão desempenhar nesse processo.
Fonte: revistaoeste