O governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, proibiu nesta sexta-feira, 20, o ensino de estudos afro-americanos no ensino médio de escolas públicas. Segundo ele, o curso avançado viola a lei estadual e “não tem valor educacional”.
Este movimento é o mais recente de uma série de ações para remover discussões sobre racismo, sexualidade e identidade de gênero do estado.
DeSantis proibiu oficialmente o curso em uma carta do departamento de educação estadual ao College Board, a organização que administra exames de preparação para a faculdade (o SAT, espécie de vestibular americano). Eles também supervisionam os cursos de colocação avançada (AP), que dão a alunos do ensino médio créditos universitários antes do ingresso no ensino superior.
Ao College Board, uma carta entregue no dia 12 de janeiro pelo departamento de educação da Flórida dizia que o curso é “inexplicavelmente contrário à lei da Flórida e carece significativamente de valor educacional”.
No primeiro semestre do ano passado, o College Board anunciou que um programa piloto para “oferecer aos alunos do ensino médio uma introdução baseada em evidências aos estudos afro-americanos” seria lançado em 60 escolas de ensino médio em todo o país durante o ano letivo de 2022 e 2023.
“Como todos os novos cursos AP, o AP African American Studies está passando por uma fase piloto rigorosa de vários anos, coletando feedback de professores, alunos, acadêmicos e formuladores de políticas”, disse o College Board em um comunicado.
Esta não é a primeira vez que DeSantis, um ex-aliado de Donald Trump, proíbe o ensino sobre racismo e gênero nas escolas públicas da Flórida. Em abril de 2022, ele assinou a lei “Stop Woke” (a palavra “woke” é um adjetivo derivado do inglês vernacular afro-americano (AAVE) que significa “alerta ao preconceito e discriminação racial”), que limita severamente o ensino sobre racismo, historia africana e herança da escravidão nos Estados Unidos.
DeSantis adotou uma abordagem igualmente intolerante em relação à questão LGBTQIA+. Em março de 2022, o governador da Flórida assinou um projeto de lei altamente controverso apelidado de “Don’t Say Gay” (“não diga gay”), que proíbe o ensino sobre orientação sexual e identidade de gênero do jardim de infância até a terceira série. O governador republicano foi criticado pelo risco de marginalizar pessoas LGBTQIA+ por conta do projeto.
A administração DeSantis também passou a demandar que universidades da Flórida que divulguem a quantidade e as idades de alunos que procuraram tratamento para disforia de gênero, que afeta pessoas transsexuais, incluindo cirurgias e prescrições de hormônios. De acordo com a Associated Press, ainda não está claro por que ele pediu essas informações.
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Fonte: Veja