Em meio ao aumento dos temores de uma nova mobilização de soldados para a guerra na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve impor novas restrições para impedir que russos burlem o serviço militar obrigatório no país. O novo projeto de lei, aprovado nesta quarta-feira, 12, pela câmara alta permitiria o alistamento eletrônico, facilitando o processo, e proibiria reservistas de viajarem ao exterior.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou a existência de um novo plano de recrutamento. Em setembro do ano passado, a Rússia iniciou a maior mobilização militar desde a Segunda Guerra Mundial, gerando uma série de protestos anti-guerra (rapidamente reprimidos) e levando à fuga de milhares de cidadãos, mas as autoridades alegaram que a meta de 300 mil novos soldados foi atingida.
Peskov disse, ainda, que a lei procura “consertar a bagunça” deixada após a convocação parcial de setembro. “Não tem nada a ver com mobilização, tem a ver com registro militar”, reafirmou o porta-voz.
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A crescente desconfiança da população, contudo, põe em xeque as declarações do governo. Em entrevistas a agências de notícias e veículos internacionais, famílias russas relataram medo de que seus filhos serem convocados para reforçar as linhas de frente no sanguinolento leste da Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Rússia conduz alistamentos obrigatórios no serviço militar duas vezes ao ano. De acordo com um documento oficial do governo, 147 mil russos com idades entre 18 e 27 anos participarão do próximo processo, que abriu em 1º de abril e deve durar até 15 de julho.
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Após a intimação, os cidadãos russos têm até 20 dias para comparecer às instalações militares. Caso o prazo não seja cumprido, eles passam a enfrentar restrições, como perda da carteira de motorista ou o impedimento de obter empréstimos do banco.
A nova lei passou por sua terceira leitura na câmara baixa do parlamento russo, sendo aprovada pelo Conselho da Federação nesta quarta-feira, 12. Putin, contudo, ainda não assinou o projeto.
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Fonte: Veja