O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um discurso aos membros de seu exército nesta terça-feira, 27, no qual declarou que eles “essencialmente impediram uma guerra civil” ao responder “de forma clara e coerente” ao motim armado da organização mercenária Grupo Wagner, no sábado 24.
“O povo e o exército não estavam do lado dos amotinados”, disse Putin diante dos principais chefes da área de segurança interna da Rússia, incluindo o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que Prigozhin tentou derrubar durante sua revolta.
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Apesar da declaração, vale a pena lembrar que a multidão vibrou e aplaudiu os mercenários do Grupo Wagner quando iniciaram a marcha de Rostov, no sul da Rússia, para Moscou no fim de semana.
O grupo de autoridades estava reunido na Praça da Catedral do Kremlin, junto a cerca de 2.500 soldados e policiais, guardas russos e oficiais de segurança. Putin também agradeceu à audiência pela lealdade e por ajudar a reprimir a rebelião.
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O líder russo então pediu um minuto de silêncio para os pilotos do exército que os combatentes do Grupo Wagner abateram e mataram durante o levante. Não há informações oficiais sobre o número de mortos ou aviões derrubados durante a rebelião, mas alguns blogueiros militares russos relataram que pelo menos 13 pilotos morreram.
O motim do chamado “exército privado de Putin” é considerado um desafio sem precedentes à autoridade do presidente russo. Com seu discurso, contudo, ele tentou mudar a narrativa e retratar o que aconteceu como uma vitória sua e da Rússia.
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O líder do Kremlin elogiou os militares por defenderem a ordem constitucional, a vida, a segurança e a liberdade dos russos. Ele não mencionou, no entanto, o acordo que seu governo fez com o grupo mercenário Wagner para encerrar o motim – que deu tanto aos combatentes quanto a seu líder, Yevgeny Prigozhin, imunidade de processo, embora Prigozhin tenha que se mudar para Belarus.
Durante sua fala, Putin tentou demonstrar que ainda conta com o apoio de suas forças de segurança. Além disso, a menção sobre os pilotos mortos durante o motim pode desviar o foco da falta de punição ao Grupo Wagner.
O Kremlin também refutou as alegações de que a autoridade de Putin foi corroída pela revolta do Grupo Wagner. O porta-voz do presidente, Dmitry Peskov, disse a repórteres que não concorda que seu chefe esteja em uma posição enfraquecida e zombou das “birras ultra-emocionais entre cientistas políticos e pseudocientistas políticos” que especulam sobre a estabilidade do seu poder.
Fonte: Veja